quarta-feira, 21 de setembro de 2011

O salário do pecado

A operação Pecado Capital, desenvolvida pela Polícia Civil, traçou, no plano local, em detalhes, o perfil da corrupção à brasileira. O que acontece no macro foi flagrado no micro. Senão vejamos: nela encontramos grupo acusado de formação de quadrilha e ao largo, fundeado nas águas remansosas do poder inalcançável, a figura de um deputado. No caso, Gilson Moura, que se move com o silêncio de uma sombra em meio aos miasmas do escândalo: até hoje não houve jornalista que o alcançasse para dar declarações a respeito.
http://www.google.com.br/imgres?q=pecado


Creio que já vimos todos esse filme, em cores e preto e branco. A mesma produção, apenas com mudança de atores. Ao centro da cena a velha cupidez acusada pelo Ministério Público, a ganância pelo dinheiro  que chega tão pouco aos funcionários, aos professores, ao barnabé embasbacado com o  noticiário.

O mesmo dinheiro que se torna enxame peculatário, abelhas de mel escuro que sujam as mãos dos que o tocam. Mesmo assim muitos o querem. Pela certeza de que é fácil, pela convicção de que no final do processo não serão condenados: basta ser parte dos magotes de apaniguados que se reúnem em bandos para a locupletação, o esbulho, o negócio feito às esconsas. Fede, mas é feito; fede, mas tem quem dê valor.

Diz a Bíblia que o salário do pecado é a morte. O problema é que, no Brasil, quem se mete com o dinheiro público parece não ter medo de morrer...

Nenhum comentário: