RJ: coordenador do AfroReggae diz que recebeu ameaça de presos
Luis Bulcão Pinheiro
O coordenador do AfroReggae, José Junior, afirmou no final da tarde deste sábado que ficou muito chateado porque recebeu uma carta do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, com ameaças pelo trabalho de tentar tirar as pessoas do tráfico. Ele deixou a favela da Grota, no Complexo do Alemão, por volta das 18h após tentar negociar a rendição de traficantes.
O olhar do soldado (Sérgio Moraes) |
José Junior chegou ao Complexo do Alemão no início da tarde deste sábado, para auxiliar na negociação da rendição dos criminosos. Ele subiu a comunidade, passando pelas barricadas da polícia e disse que foi tentar resolver o problema. O coordenador do AfroReggae não deu detalhes de quando recebeu a carta e sobre o conteúdo das ameaças.
Mais cedo, o comandante do Batalhão de Choque Polícia Militar do Rio, coronel Waldir Soares Filho, disse que acredita que há a possibilidade que traficantes tentem passar pelo bloqueio da polícia, ao invés de se entregar, conforme o recomendado. "A hipótese mais real é essa, de tentar passar sem ser identificado", disse.
De acordo com o comandante, a recomendação é de que os traficantes se rendam apresentando as armas sobre a cabeça como determinam as normas internacionais. Segundo ele, até o momento ninguém se apresentou dessa forma. Desde o início dos ataques, no último domingo, pelo menos 38 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro.
Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso. A partir de então, os ataques se multiplicaram.
Na segunda-feira, cartas divulgadas pela imprensa levantaram a hipótese de que o ataque teria sido orquestrado por líderes de facções criminosas que estão no presídio federal de Catanduvas, no Paraná. O governo do Rio afirmou que há informações dos serviços de inteligência que levam a crer no plano de ataque, mas que não há nada confirmado. Na terça, a polícia anunciou que todo o efetivo foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Foram registrados 12 presos, três detidos e três mortos.
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