domingo, 23 de janeiro de 2011

Gilberto Avelino

Diante do Mar
                  
 
É janeiro. O claro 
mês das marés 
de sizígia.  


Ontem,  
a bolandeira circulou 
a lua,  

em sinal da proximidade 
das chuvas.  


Hoje,  
sobre o mar,  
as chuvas 
vieram.  


E os pescadores descansam 
as quilhas. 

— Os peixes 
alumbram-se 
com as águas doces.  


Envolvem o mar 
as escuras sombras 
da noite.  


Contudo,  
em harmonias 
o mar 
tece os fios 
de níveas rendas.  


O farol 
permanece atento,  
indicando 
os rumos.  


E nós — amada 
amiga,  
nos enternecendo 
ao som da onda,   

da onda 
alta,  

com quem dividimos 
a vigília.

Nenhum comentário: