A cidade, cidadão, são as pessoas
Ontem houve um minúscula mobilização contra o aumento das passagens de ônibus. Isso se deve a uma coisa chamada indiferença: ausência de conscientização quanto à cidadania explorada. O indiferente coonesta sua própria exploração seja porque se acostumou com a canga que já não lhe pesa tanto, seja porque delega aos Poderes a resolução de seus problemas. E os Poderes, como se sabe, estão apodrecidos e letárgicos, seus inquilinos distantes e impregnados, embebidos, untados de preguiça física e moral para o exercício de ação em prol da cidade. Cidade, aqui, em seu sentido de polis, de comunhão de intenções e propósitos.
A cidade, meus amigos, são as pessoas, a relação invisível que as une, o Conselho, o coletivo. Quando não há essa união não há a cidade. Consequentemente, não há cidadania. E assim, que falem o silêncio e os que se arrogam, pela concessão que o silêncio lhes dá, de ser portadores da voz que se calou.
E como a voz se calou tudo já está dito, consagrado e sagrado à condição de coisa feita, acabada e perfeita. Vivemos o melhor dos mundos. Na Foto do Portal Nominuto, de autoria de César Augusto, alguns dos poucos manifestantes.
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