quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A cidade, cidadão, são as pessoas

Ontem houve um minúscula mobilização contra o aumento das passagens de ônibus. Isso se deve a uma coisa chamada indiferença: ausência de conscientização quanto à cidadania explorada. O indiferente coonesta sua própria exploração seja porque se acostumou com a canga que já não lhe pesa tanto, seja porque delega aos Poderes a resolução de seus problemas. E os Poderes, como se sabe, estão apodrecidos e letárgicos, seus inquilinos distantes e impregnados, embebidos, untados de preguiça física e moral para o exercício de ação em prol da cidade. Cidade, aqui, em seu sentido de polis, de comunhão de intenções e propósitos.

A cidade, meus amigos, são as pessoas, a relação invisível que as une, o Conselho, o coletivo. Quando não há essa união não há a cidade. Consequentemente, não há cidadania. E assim, que falem o silêncio e os que se arrogam, pela concessão que o silêncio lhes dá, de ser portadores da voz que se calou.

E como a voz se calou tudo já está dito, consagrado e sagrado à condição de coisa feita, acabada e perfeita. Vivemos o melhor dos mundos. Na Foto do Portal Nominuto, de autoria de César Augusto, alguns dos poucos manifestantes. 

Sim, pelo que vi passando nas imediações do Midway, havia, além dessa minúscula manifestação, a presença do Poder. O Poder compareceu, não se omitiu por completo. Havia policiais militares pesadamente armados e um enorme rotweiller...

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