terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um romance de Dona Militana

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Romance de Rios Preto

Dona Militana

Rios Preto era um negro
Vivia no escravidão
Recebeu a liberdade
Deu logo pra valentão
Vivia da cartuchera
E do granadero facão

Eles deram numa casa
Dum pobre pai de familha
Certo é que nós levamos
Ou a mulher ou a filha

Eles derom numa casa
Duma pobre mulhé só
O home andava osente
Pra cima pra tá e có

Ele mais dois camarada
Conduzira a casa em pó
A mulé lhe ofereceu
O cavalo do cercado

Nós não qué o seu cavalo
Nós tomo tudo amuntado
Nós querem é a senhora
E dexe de palaviado

Meu marido anda osente
Pra cima por ta em co
E argum dia é de chegá
A cabeça pode ir
Mas o corpo é que não vai lá

Quando os home saíro
Aí o home chego
Mulé munto envergonhosa
Non lhe quis contá históra

Ai vizinha de mais perto
Contaro na mesma hora

Ele tinha dois cunhado
Lhe querium muito bem
Perparara as cartuchera
Sem dizê nada a ninguém
Aonde você morrê
Certo morremos também

Eles encontrar um velho
Que do nego deu nutiça
Saíro se penerando
Cum urubu pra carniça

Eles encontrar um velho
Segurando em uma vela
Rios Preto ta na rede
Brincando com uma bele
Subrinha do Padre Armanço
Que robô ela donzela

Os Oto ta no escuro
Rios Preto ta no claro
Levar uso peito in frente
Todos três lhe atirarum
E Rios Preto sartô
Eles pidir uma luz
Pa Rios Preto caçá

Pu Barroca e pu Baboca
Por ond ele havia stá
Minha gente eu vos peço
Num me acabem de matá
Me levem pa Esprito Santo
Qui eu quero me confessá

Os homes grande de lá
Vinheram logo encontrá
D’ alegria que tiveram
Sortaro fogos no ar

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