sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A importância de cheirar crack: desenvolve a criatividade

A notícia abaixo, da Folha, dá-me uma sensação de náusea. A náusea de uma sociedade de consumo em sua mais degradante acepção: a criação de necessidades artificiais, o modo como se brinca com a criatura humana, a criação de novidades vendidas como essenciais para que se tenha uma boa vida moderna. Aí, pergunto: por que inalar sobremesas? Me responda: por quê? 

Por que ter um celular cheio de mequetrefes para você "falar com milhões de pessoas"? Você conhece, é amigo de milhões de pessoas? E se alguém é amigo de milhões de pessoas é amigo de alguém? 

Você deve falar inglês para crescimento pessoal, refinar sua sensibilidadede, ler bons autores no original ou apenas para ter "empregabilidade"? Você quer, quer mesmo, ser um bom profissional ou se contenta em ser apenas uma peça novinha, bem falante - e descartável - de um sistema social corrupto, brutal e muito doente?

Do modo como as coisas vão, se um dia o crack for descriminalizado -se for do interesse do capital, esteja certo, o crack será liberado - você receberá a recomendação de que crack é importante e muito bom para a criatividade; os neurônios ficam a mil, tá ligado? E aí virá o comercial na TV, magnificamente criado: "Cheire crack, depois cheire e sobremesa e seja feliz. Bem feliz."

Laboratório cria aparelho que permite inalar sobremesas

DA BBC BRASIL
Um laboratório francês de pesquisas na área gastronômica desenvolveu um aparelho que permite inalar sobremesas.
A máquina transforma os doces, inicialmente líquidos, em vapores que podem ser aspirados com um canudo de vidro, evitando a ingestão de calorias.
O aparelho, chamado Le Whaf, é um recipiente redondo de vidro com uma torneira, como um filtro de água.
Bruno Cogez/Divulgação
Máquina francesa transforma doces, inicialmente líquidos, em vapores que podem ser aspirados com um canudo de vidro
Máquina francesa transforma doces, inicialmente líquidos, em vapores que podem ser aspirados com um canudo de vidro

O líquido é colocado no Whaf e uma "nuvem" se forma no recipiente. A tecnologia integra o uso de ondas de ultrassom por cristais que se polarizam eletricamente ou se deformam em um campo elétrico. 

Minúsculas partículas são formadas e ficam suspensas no Whaf, formando vapores que podem ser inalados. 

A máquina havia sido criada no final de 2009, para três tipos de coquetéis, mas o projeto evoluiu e passou a incluir as sobremesas.
O Whaf foi criado pelo professor de Harvard David Edwards, fundador do Le Laboratoire, em Paris, que realiza projetos que misturam ciência, gastronomia e arte.

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