O debate na TV como ritual de mídia
Emanoel Barreto
Vem aí um novo debate. Será na Record, segunda-feira. Somente com perguntas entre os dois candidatos. O espetáculo midiático está se transformando num ritual. Alguém duvida do que vai acontecer? Salvo fato de última hora e portanto imprevisível, Serra e Dilma vão se defrontar com as mesmas perguntas, mesmo que formuladas de maneira diversa da forma como já foram propostas.
O excesso de debates está cansando. O confronto, na verdade, é mais para atender aos interesses da grade de programação das emissoras que para tratar de assuntos e temas de grande política. E ai do candidato que não aceitar: o show tem de continuar.
Da forma como está é apenas o ritual. Tudo se passa segundo uma espécie de liturgia, com passos cerimoniais arbitrados pela TV, emoldurando o encontro segundo os termos e a lógica de um programa típico desse veículo
Suponho que uma ótima forma de debate seria aquele em que os dois candidatos entrassem no estúdio e, sem qualquer mediação, começassem a conversar, esgrimindo argumentos, discutindo civilizadamente o que pretendem fazer.
No máximo um jornalista faria a citação de um tema e eles, abertamente, passariam a se questionar, em três ou quadro blocos de 15 minutos.
Aí sim, teríamos um debate.
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