segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Candidata a reitora da UFRN envia artigo em que trata de política de atenção à saúde


Recebo e publico artigo de autoria da professora Maria Arlete Duarte de Araújo. Outra ou outras chapas terão idêntico tratamento. (EB)

DISCUTINDO A UFRN:
Política de Atenção à Saúde: onde está a preocupação com as pessoas?


Maria Arlete Duarte de Araújo
Professora Titular – DEPAD/ Centro de Ciências Sociais Aplicadas
(arletearaujo@natal.digi.com.br)Candidata à Reitoria – Um novo olhar para a UFRN
 
O ambiente de trabalho em uma instituição universitária coloca para o professor, além das responsabilidades derivadas do cargo, da alta competitividade embutida nos processos de obtenção de bolsas, bolsistas e recursos e da necessidade de aprendizagem contínua,  um conjunto de problemas produtores de stress: múltiplas atividades concomitantes de ensino, pesquisa, orientação e extensão; participação em comissões diversas, prestação de consultorias; cumprimento de prazos para orientações, projetos e artigos; compromissos com a manutenção de conceito dos programas de pós-graduação de que participa; financiamento de projetos; urgência de tempo para tudo e falta de apoio didático, entre outros. Todas essas   questões podem provocar um desgaste físico e emocional e serem  determinantes de muitas doenças.  Dessa forma, é um equívoco limitar a compreensão das condições de trabalho dos docentes à estrutura física e tecnológica, por mais importantes que sejam. Aqui, é preciso ressaltar que mesmo essas condições  básicas  ainda não se constituem uma realidade para boa parte dos professores da nossa instituição.

De forma idêntica, situações estressantes são também vivenciadas pelo corpo técnico-administrativo, provocadas especialmente  pelas  exigências de novas competências para lidar com os novos processos de trabalho, a falta de mobilidade nos ambientes de trabalho, o desestímulo provocado pelo não aproveitamento do potencial de formação existente, a necessidade de adaptação a sistemas tecnológicos mais modernos, tudo isso  associado a um sentimento de não valorização e reconhecimento do trabalho realizado.

Refletir sobre o desgaste físico e emocional ao qual estamos permanentemente submetidos, tanto os docentes quanto os membros do corpo técnico-administrativo,  em nossos ambientes e relações de trabalho, deve  pois ocupar um lugar central na agenda de gestão das pessoas. A necessidade de produzir resultados, alcançar objetivos e metas, cumprir normas e regras, elementos da racionalidade instrumental da instituição, não faz sentido se for com o sacrifício das pessoas que constituem o seu maior patrimônio. Dito de outro modo,  não podemos ficar prisioneiros da lógica estritamente racional e funcional que coloca em segundo plano o bem estar das pessoas. Uma nova lógica deve se impor para se contrapor à lógica instrumental e com ela dialogar para produzir contratos psicológicos duradouros, positivos e ricos em aprendizagem e satisfação entre a instituição e as pessoas. Estamos nos referindo à necessidade de humanizar a instituição de modo a valorizar e reconhecer a importância do trabalho das pessoas.

Esta compreensão remete, entre outras preocupações vinculadas ao ambiente de trabalho, para a necessidade da adoção de um programa de atenção à saúde dos servidores que seja capaz de prevenir, promover e recuperar a saúde, na perspectiva de uma concepção integral de saúde. A saúde é um direito de todo o cidadão e se constitui um bem inalienável. Não é possível aceitar que em uma instituição produtora de conhecimento como a UFRN não se saiba qual o perfil epidemiológico dos seus servidores, não se reconheça a forma como os diferentes ambientes organizacionais impactam na saúde, se ache natural a ausência de debates sobre as condições de trabalho geradoras de doenças, não se saiba quais as doenças do trabalho existentes e se dê pouquíssima atenção à saúde dos seus servidores.Tudo isso reclama e impõe a necessidade de um novo olhar sobre a gestão das pessoas. Uma instituição não é apenas máquinas, prédios, processos. As pessoas precisam sentir que a instituição se preocupa com elas, que se empenha em seu bem estar e que a atenção à saúde ocupa  centralidade nas políticas de gestão.

GENTE EM PRIMEIRO LUGAR!
UMA ADMINISTRAÇÃO HUMANIZADA!
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