sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Datafolha reconfirma tendência pró-Dilma


 Vão-se os anéis, ficam os dedos
Emanoel Barreto


A mais nova pesquisa do Datafolha reconfirma a tendência: Dilma é virtualmente presidente eleita. A questão assume proporções que bem despertariam estudo alentado da sociologia da comunicação: uma candidata que está sob fogo da artilharia de imprensa consorciando-se a isto a elevação a níveis de aprovação jamais vistos de seu líder e patrono, Luis Inácio Lula da Silva.

E tudo se passa em ambiente social onde viceja campanha política que, da parte dos opositores de Dilma, se vale de todos os argumentos de comunicação: desde o discurso típico do candidato que se coloca como opção de governante, José Serra, com conteúdo otimista e elegante aos mais rasteiros gestos, como a provocação de segmentos da sociedade que se regem por princípios religiosos manipulados pelo seu marketing.


A votação de Dilma está cristalizada e agrega a si novos contingentes de eleitores. O discurso virtual que é ditado pelos que responderam à pesquisa é bem claro para quem quiser entender: esse ser coletivo a quem chamamos povo está dizendo que aprova o governo central e desta forma acata a pessoa proposta como sucessora e continuadora do estado de coisas hoje vivido: inflação sob controle, poder aquisitivo relativamente aumentado, assistência aos segmentos carentes da população. De forma resumida, é isso.


A pesquisa que dá Dilma com 12 pontos acima de Serra ganha em credibilidade porque advinda do mais poderoso jornal de oposição ao governo, Folha de S. Paulo, cujos dirigentes, sabedores de que a nau serrista está indo a pique, preferem ressalvar-se como grupo econômico e comunicacional que, que seria grandemente agravado caso resolvesse negar e não divulgar o resultado da pesquisa do Datafolha. 


Deve ser um bocado amargo para seu paladar de apoiadores de Serra, mas é preferível isso a colocar em risco a hegemonia do Grupo Folha, caso se buscasse maquiar o que eles mesmos apuraram: a iminente derrota de Serra. Vão-se os anéis, ficam os dedos.

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