Dilma isso, Dilma aquilo, Dilma aquilo outro. E ela dominou a cena
Emanoel Barreto
O UOL, da Folha, está dizendo agora mesmo, depois do debate na Rede TV!, que Serra e Dilma "se atacaram". Não é verdade. O que ocorreu foi uma investida maciça de todos os demais participantes - Serra, Plínio e Marina - sobre Dilma, sem perceber que com isso a colocaram como protagonista da cena.
Criaram um ambiente de ação e reação, sobressaindo-se a reação da candidata tal a forma como foi pressionada. Essa questão do discurso, que já rendeu teses e teses, tem por base coisas como o que se afirma e os efeitos do que se afirma. Efeitos pretendidos e resultados não desejados.
Veja bem: quando uma afirmativa suscita vantagem para o interlocutor-oponente, essa mesma afirmativa revela-se falha em sua assertividade, especialmente quando em tom acusatório. Foi o que aconteceu. Obteve-se o efeito indesejado, quando o que se queria era abater a adversária.
Esse caso de sigilos violados, esse grande acontecimento-nada, foi usado por Serra, mas falhou. Até mesmo porque ele não tinha controle sobre seu pronunciamento e sempre terminava por ter o microfone cortado, uma vez que excedia o tempo de um minuto e meio para falar.
O debate começou com uma pergunta que antigamente era chamada de "pergunta de bolso", aquela em que o indagado dificilmente consegue se safar. O mediador da Folha pediu que Dilma falasse a respeito do maior sucesso e do maior fracasso do governo Lula.
O objetivo era nitidamente da espaço a uma manchete nesta segunda-feira, relatando "objetivamente" palavras de Dilma admitindo fracasso do governo ao qual está ligada. Falho a tentativa. Ela conseguiu se sair bem, falou do sucesso das obras sociais e afirmou que não houve fracassos.
Bom, o resto foi o resto. Um ritual de perguntas e respostas que o eleitor já está cansado de ouvir.
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