quarta-feira, 15 de setembro de 2010

A demência, a solidão, o horror


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A mulher que colecionava fantasmas
Emanoel Barreto

A Folha traz a matéria que publico abaixo. Como num conto de horror de Edgar Allan Poe, oscilando entre esse mesmo horror e a demência, entre a miserável condição humana e a compaixão perplexa e dissimulada pela objetividade jornalística ante essa mesma condição, a notícia, em seu estilo distanciado e frio, dá o relato de uma vida infeliz e feia. 


O patético humano manifesto em toda a sua brutalidade e incompreensibilidade na figura de uma mulher que guardava os cadáveres de seus filhos mortos. Perdida em seu mundo secreto, cheio de caminhos que eram só dela e de seus fantasmas, seguia. Como que colecionando toda a nossa decadência, fracassos, traumas, desesperos e vazio. Leia a matéria:
.....
UMA BRITÂNICA admitiu ter guardado os cadáveres de três bebês em um armário por 20 anos. Bernadette Quirk, de 55 anos, também enterrou, secretamente, em um cemitério, o corpo de um quarto bebê.
Ela está sendo julgada em um tribunal na cidade de Liverpool, no norte da Inglaterra.

Britânica Bernadette Quirk, 55, admitiu que guardou bebês mortos em armário por 20 anos
Britânica Bernadette Quirk, 55, admitiu que guardou bebês mortos em armário por 20 anos 

Os bebês nasceram entre 1985 e 1995. Quirk, que no período consumia grandes quantidades de álcool, alega que todos os bebês nasceram mortos e que ela embrulhou três deles em trapos e guardou-os em um pequeno recipiente plástico em seu armário. 

Nascida no condado de Merseyside, hoje vivendo nos arredores da cidade de Manchester, Quirk teve dificuldade em se lembrar das datas em que os bebês nasceram. Ela se declarou culpada da acusação de ocultação de nascimentos e será sentenciada em outubro.

PERÍODO DIFÍCIL
O advogado de Quirk, Ian Morris, disse ao tribunal que os nascimentos aconteceram durante um período difícil na vida dela. Ele disse que a cliente desejava tornar claro que os bebês já estavam mortos quando nasceram, fato que não foi contrariado por pareceres médicos.
Segundo o advogado, Quirk descreve aquela fase em sua vida como caótica e diz ter enterrado as memórias daquele tempo em algum lugar inacessível. Morris disse que sua cliente não se lembra do quarto bebê mas não teve outra opção senão admitir culpa, tendo em vista evidências irrefutáveis de que ela era a mãe. 

Ele disse ao tribunal que quando Quirk foi presa, no ano passado, estava recebendo tratamento para depressão em um hospital e corria o risco de ser despejada de sua casa.

GÊMEAS
Não foi explicado por que Quirk guardou os restos dos cadáveres, levando-os consigo para os vários endereços que ocupou após os nascimentos. Os restos mortais foram encontrados pela filha de Quirk, Joanne Lee, que avisou a polícia. 

Os quatro bebês eram meninas e duas delas eram gêmeas. O juiz pediu mais informações contextuais antes de decidir sobre a sentença, mas alertou Quirk de que há possibilidade de que ela seja mandada para a prisão.
A família de Quirk anunciou que pretende organizar um enterro para os bebês.
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