quarta-feira, 15 de setembro de 2010

 Goebbels tinha mesmo razão?
Emanoel Barreto
 
     A emissão de determinados tipos de discursos, especialmente discursos acusatórios, diz mais que o seu próprio dizer objetivo. O excesso de acusação pode revelar, por exemplo, que a acusação é vazia. Tanto que é preciso ser repetida. Todavia, ensinava Goebbels que uma mentira repetida à exaustão causa efeito de verdade, chegando mesmo a se constituir em verdade pelo fato mesmo da convicção coletivamente criada. O exemplo é péssimo mas é histórico.

O discurso acusatório a que refiro é o da campanha serrista, que se transformou de campanha política em guerra de posição ideológica, busca de ocupação de espaços em corações e mentes a fim de tentar neutralizar o ascenso dilmista exposto nas pesquisas. 

Acrescente-se a isso que o excesso de informação em vez de explicar pode efetivamente confundir, tal a quantidade de assertivas que chega ao público-alvo. Qual dos escândalos e mais escandaloso que o outro? Ou não seria melhor ver Dilma como uma perigosa guerrilheira? E a ministra Erenice, é corrupta mesmo? E o sigilo quebrado? Mas, o que é mesmo sigilo?

Nessa mixórdia, o esforço da grande imprensa baqueia ante realidade insofismável: o brasileiro lê pouco jornais e revistas. Assim, o grande trunfo fica mesmo por conta da TV em seu jornalismo e, claro, na propaganda eleitoral.


Até aqui os efeitos do esforço da comunicação propagandística têm sido nulos, a se levar em crédito as pesquisas. Até agora, sim. Vejamos a próxima pesquisa. Vejamos a próxima pesquisa. Vejamos se Goebbels tinha mesmo tanta razão. Afinal ele falava da propaganda nazista, que era imposta e única sobre o povo alemão. No caso da atual campanha há o contraditório. Aí, creio, fica mais difícil a mentira assumir o lugar da verdade.

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