sábado, 12 de fevereiro de 2011

A palavra que faltou

A grande imprensa mundial acompanhou passo a passo a derrubada de Mubarak. A multidão como protagonista, as declarações dos novos detentores do poder no Egito, sua anunciada intenção de realizar eleições, a importância das redes sociais para a mobilização de milhões. Anunciou, da mesma forma, que Mubarak encontra-se refugidao confortavelmente no próprio Egito. Houve, contudo, uma falha: ningém ouviu Mubarak a respeito dos acontecimentos.
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Sei que não seria coisa fácil nem prioritária, ante a velocidade dos acontecimentos dos últimos 18 dias. Mas, agora, quando se acalma o tsunami, seria importante que um bom repórter conseguisse entrevista com ele. Declarações a quente, pulsantes de história, a emoção do personagem da notícia por ele mesmo. Mubarak iria se defender? Claro. Iria dizer que estava certo, que deveria continuar até o fim do mandato? Sim, iria. 

Mas, jornalismo é isso: não se trata da velha fórmula de "ouvir os dois lados", como falsa manifestação de isenção e credibilidade. Seria para esgotar o assunto mesmo, dar à história um registro necessário, a palavra de quem foi o pivô de tudo.

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