Tem mulher boa no pedaço; e quase nua
No tipo de sociedade que criamos, onde o consumismo é norma-padrão, consumir, consumir até mesmo pelo olhar, consumir até mesmo pelo olhar o corpo do outro, ou dar o próprio corpo ao consumo desse olhar, pedir o consumo do próprio corpo pelo olhar de outrem, é procedimento que ingressa nessa normalização.
Por isso a mulher sente-se obrigada a ser magra, ter peito grande e bunda valuptuosa: quem não for assim, será indigna de ser chamada de mulher, pelo menos mulher segundo essa acepção dicionarizada no vocabulário do olhar social, que está sob a direção invisível e poderosa dos que ditam a moda e os comportamentos a ela inerentes. Moda, aqui, inclui a performance da massa ponderal feminina, suas curvas e demais atrativos, o que inclui poses, roupas insinuantes, o caminhar, os , ademanes e gestos de sedução.
Essa antropofagia social do corpo feminino é exemplarmente exposta em carnes fêmeas no Lingerie Bowl, assim descrito pelo portal Ig: O “Lingerie Bowl” é um evento anual que surgiu em 2004 como atração de intervalo do “Super Bowl”, o maior evento esportivo de Futebol Americano. Esse ano, jogadoras em roupas íntimas disputaram a final da oitava edição da Liga de Futebol Americano de Lingerie, em Las Vegas. Nesta partida final do “Lingerie Bowl”, o Los Angeles Temptation bateu o Philadelphia Passion por 26 a 25.
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