quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Tem mulher boa no pedaço; e quase nua

No tipo de sociedade que criamos, onde o consumismo é norma-padrão, consumir, consumir até mesmo pelo olhar, consumir até mesmo pelo olhar o corpo do outro, ou dar o próprio corpo ao consumo desse olhar, pedir o consumo do próprio corpo pelo olhar de outrem, é procedimento que ingressa nessa normalização. 

Por isso a mulher sente-se obrigada a ser magra, ter peito grande e bunda valuptuosa: quem não for assim, será indigna de ser chamada de mulher, pelo menos mulher segundo essa acepção dicionarizada no vocabulário do olhar social, que está sob a direção invisível e poderosa dos que ditam a moda e os comportamentos a ela inerentes. Moda, aqui, inclui a performance da massa ponderal feminina, suas curvas e demais atrativos, o que inclui poses, roupas insinuantes, o caminhar, os , ademanes e gestos de sedução.

Essa antropofagia social do corpo feminino é exemplarmente exposta em carnes fêmeas no Lingerie Bowl, assim descrito pelo portal Ig: O “Lingerie Bowl” é um evento anual que surgiu em 2004 como atração de intervalo do “Super Bowl”, o maior evento esportivo de Futebol Americano. Esse ano, jogadoras em roupas íntimas disputaram a final da oitava edição da Liga de Futebol Americano de Lingerie, em Las Vegas. Nesta partida final do “Lingerie Bowl”, o Los Angeles Temptation bateu o Philadelphia Passion por 26 a 25. 

As fotos a seguir mostram à larga essa exposição de fêmeas da espécie humana, cujas atitudes vão muito além, ou abaixo, do que se poderia esperar de mulher elegante e bela. É a exploração grotesca e a brutalização das relações sociais sob a forma de espetáculo esportivo. A matriz profunda desse espetáculo revela uma sociedade doente, voltada para as aparências e para o lucro de quem muito ganha com esse tipo de viver.
 

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