Drops da sabatina da Fiern
Central do Cidadão - O ex-prefeito Carlos Eduardo Alves salientou que, em sua passagem como secretário de estado, criou a Central do Cidadão, referência em seu tipo de prestação de serviço público.
Emoção - A senadora Rosalba Ciarlini apesar de não ser uma grande oradora conseguiu, logo de início, dar à sua participação um forte toque de emoção. Instruída ou não pelos seus marqueteiros falou como se estivesse dando um testemunhal e conseguiu tensionar o auditório frente à sua breve narrativa de vida pública.
Já perdeu - Em seguida, lamentou que o estado encontre-se em má situação na educação, segundo entende, ocupando o penúltimo lugar e ganhando apenas do Piauí, afirmou. Disse que o RN já perdeu grandes oportunidades de crescimento e prometeu uma administração pujante.
O troco - Como falou por último, o governador Iberê Ferreira teve oportunidade de rebater: com palavras tranquilas disse que não devemos nos voltar para apontar o que se teria perdido, mas atentar ao que se pode fazer.
Petróleo - Como exemplo, citou a refinaria Clara Camarão, em Guamaré, que deve funcionar até o próximo ano.
Palavras - Carlos Eduardo fez um pronunciamento lido. Com isso perdeu eloquência discursiva, já que um pronunciamento público tem algo de dramaticidade e, como sabemos, o corpo também fala.
Mais palavras - Ciarlini falou de improviso. Aliou ao comportamento frasal atitudes gestuais. Com isso, ganhou força dramática.
Mais mais palavras - Iberê foi o único que se utilizou de recurso multimídia: enquanto falava, as realizações do governo eram apresentadas no telão. Como Rosalba, conseguiu tensionar o auditório, tornando seu discurso mais coloquial.
Desobediência - As regras da sabatina somente permitiam câmeras de jornalistas. Câmeras de produtoras das campanhas estavam proibidas. Todavia, pelo menos duas câmeras fixas em tripés estiveram o tempo todo gravando tudo. Não me pareceram câmeras de TVs. Parece que, aí, alguém foi desobediente.
Jornalistas - A Fiern montou um centro de imprensa onde os jornalistas podiam instalar seus computadores. Um telão transmitia tudo aos colegas que preferiram ficar na sala de imprensa. Um bufê garantia a recarga das baterias humanas.
Dramático - Ciarlini manteve o tom dramático do pronunciamento. Atenção: não estou insinuando que a palavra "dramático" seja indício de má-fé. Uso o termo no sentido de eloquencia, quando o ator público se utiliza de empatia para comunicar as suas intenções.
Mãos limpas - Ao final de sua fala, com a voz embargada, Ciarlini disse que, da mesma forma como afirmara a seus filhos que como prefeita de Mossoró cumpriria com sua missão política corretamente, agora quer dizer a seus cinco netos: "Vovó assumiu o governo e sai de mãos limpas."
Nem um segundo? - Iberê foi o único a usar inegralmente seu tempo de meia hora para exposição. Entretanto, como não deu para narrar o que está em andamento e tratar do futuro perguntou ao mediador: "Ainda tenho tempo?". Como a resposta foi negativa, insistiu em tom de blague: "Nem um segundo?", tirando do auditório uma reação coletiva - uma grande gargalhada em uníssono.
Posso? - Carlos Eduardo, ao terminar seu pronunciamento, como sobraram dez minutos, perguntou se poderia passar a palavra ao auditório para questionamentos diretos. Não podia. Só a perguntas previamente elaboradas pelas assessorias da Fiern e Fecomercio. Objetivas e claras, diga-se.
Trim-trim - Carlos Eduardo foi obrigado e pedir silêncio a um sujeito que insistia em manter demorada conversa ao celular. O tipo, apesar disso, quase não parava. Não foi o único: muitos não deixaram os celulares em modo vibracall ou silencioso e mantinham também suas conversinhas.
O tempo - Quando refiro ao tempo usado pelos candidatos quero dizer que em temporalidade linear somente Iberê não parou de falar. Os outros dois também cumpriram com seus tempos de forma complementar: para esclarecer detalhes do que pretendem fazer caso eleitos.
Mais sabatina - Ao longo da campanha bem que Fiern, Tribuna e Fecomercio poderiam repetir a dose.
Sabastina X debate - Pareceu-me que o formato sabatina é melhor que o formato debate. Só que para as TVs o debate é melhor: tem circo.
Amigos - Reencontrei velhos amigos: Carlos Peixoto, diretor de redação da Tribuna e Luís Antônio Felipe, colunista de economia. Também por lá meu ex-aluno Dinarte Assunção, da novíssima geração de repórteres. Um diabrete. Bem informado e sério. O garoto promete.
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