Maitê, a iemanjá de açude
Emanoel Barreto
A culunista Sonia Racy, do Estadão, publicou entrevista com a atriz Maitê Proença. No texto a moça e colocada um pouquinho abaixo de Deus, mas apenas um pouquinho - por uma questão de bom senso, claro.
Ela é, por exemplo, "direta, avessa a mentiras, às vezes dura demais, [...] tem uma inteligência singular aliada a uma maneira intensa de viver".
Ooooooooooooooooooo.... divina diva, musa de todos os fados, afrodite de todos os menstréis, encantadora náiade, dama do lago, sílfide mais meiga, venturosa e diáfana mulher.
Da entrevista uma pergunta se sobressaiu. Diz bem assim: "O feminismo já era ou a mulher ainda precisa lutar contra as discriminações da sociedade?"
Resposta intensa e vigorosa: "A mulher ainda é tratada como escrava na África, Ásia, países árabes, na maior parte do planeta. Só no ocidente houve progressos, muitos, mas ainda há discriminação. Quem sabe a própria venha a calhar nesse momento de eleições, atiçando os machos selvagens e nos salvando da Dilma?"
Analisando a indagação, informo que ela é o que chamo em minhas aulas de técnica de entrevista de pergunta-raquete. Ou seja: o entrevistador estima ou até sabe previamente o que o entrevistado vai responder e faz a pergunta para que ele se esbalde. Levanta a bola para o outro rebater, percebe? Pergunta-raquete.
O comportamento da atriz, típico de alguém que quer se promover - deu certo, porque está tendo repercussão - me intima a dizer que com um declaratório desse tipo ela não é uma náide, mas uma iemanjá de açude.
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