quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quem matou Norma ou porque o crime compensa

Vez por outra sofremos o que se poderia chamar de abalos de folhetim: a vida nacional é invadida por ocorrência ficcional de novela da Globo quando algum personagem polêmico é morto. Até hoje se fala na morte de Odete Roitman. Da mesma forma, muitas vezes o país é varrido por noticiário envolvendo escândalos e mortes.

O que há de proximidade entre a tragédia interpretada por atores e as tragédias reais, as tragédias políticas, os escândalos familiares quando filhos matam os pais ou pais são suspeitos de assassinar filhos? Primeiro, o hífen midiático que une os dois tipos de produção: jornalismo e novela são resultantes do mesmo processo de comunicação de massa. Outra coisa: em ambos os casos trata-se da enunciação de ocorrências de impacto, com acerto em cheio no emocional coletivo via TV.

O escândalo político, a  morte de alguém por familiar atingem, de forma poderosa, o senso comum e ativam o mecanismo sequencial entre novela e noticiário. Por exemplo, os irmãos Cravinhos e o casal que supostamente matou sua filha tiveram o noticiário sequencial, acompanhamento dia a dia, como se fosse uma novela. O caso do goleiro Bruno idem. 

Assim, quando numa novela alguém morre em circunstâncias misteriosas, o caso assume um certo paralelismo ao noticiário. Só que - e aí está a grande diferença - na novela há prazo para acabar e na vida não. Na novela o autor do crime será punido mesmo que tenha matado alguém terrível como La Roitman. Dura lex sed lex. Isso dá início ao processo de catarse; Há uma compensação, viabilizada pela novela em sua enunciação, da frustração social ao ver por exemplo a libertação de criminosos de colarinho brando poucos dias ou poucas horas depois de sua captura. A novela purga frustrações pessoais ou dramas sociais, purifica de sofrimentos íntimos o telespectador que num dado capítulo vê, para sua alegria, o mau, o criminoso, o usurpador, o traidor ser punido. 

Mas termina aí a proximidade entre novela e jornalismo: a primeira engana e encanta; o outro termina por mostrar que, no fim, o crime compensa. Pelo menos parece que.

Quem matou Norma em "Insensato Coração"? Veja cinco palpites

Folha de S. Paulo
DE SÃO PAULO
A morte misteriosa da personagem Norma deixou todo mundo com a pulga atrás da orelha.
A personagem de "Insensato Coração" (Globo) morreu depois de uma discussão com Léo (Gabriel Braga Nunes), na qual sacou uma arma. Após uma luta física, o revólver caiu longe dos dois e Léo fugiu pela janela.
Momentos depois, uma pessoa misteriosa entra na sala e aponta para Norma. Ela só tem tempo de dizer "não faça uma besteira dessas" antes de ser atingida.
Entre os suspeitos mostrados no capítulo estão Raul (Antônio Fagundes), Eunice (Deborah Evelyn), Ismael (Juliano Cazarré), Fabíola (Roberta Rodrigues) e Tia Neném (Ana Lúcia Torres).
Mas, afinal, quem teria motivos para assassinar a ex-auxiliar de enfermagem que ficou rica só para se vingar do homem que a humilhou?
O F5 perguntou a cinco pessoas que trabalham com televisão ou são noveleiros de plantão.
Leia os palpites:
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João Miguel Junior/Divulgação/TV Globo
Wanda (Natalia do Vale)
Wanda (Natalia do Vale)

Norma foi assassinada por Wanda (Natália do Vale).
A mãe do Léo não enxerga os desmandos do vilão e faz de tudo por ele.
Matou Norma para que Léo não fosse prejudicado pela mulher.'
Alberto Pereira Jr., colunista do "Agora"
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Reprodução
Jandira (Cristina Galvão)
Jandira (Cristina Galvão)

Quem matou a Norma foi a Jandira (Cristina Galvão) por amor, por ciúme do Léo.
Ela sempre foi completamente apaixonada pela Norma.
Keila Jimenez, colunista da Folha
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Renato Rocha Miranda/Divulgação/TV Globo
Fabíola (Roberta Rodrigues)
Fabíola (Roberta Rodrigues)

A assassina é a Fabíola.
Ela matou a Norma porque descobriu que ela estava por trás da morte de Milton (José de Abreu).
Roberto de Oliveira, editor da sãopaulo
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Marcio Nunes/Divulgação/TV Globo
Léo (Gabriel Braga Nunes)
Léo (Gabriel Braga Nunes)

Provavelmente é alguém que eles nem mostraram.
Aliás, adorei enfiarem a tia Neném no rol dos suspeitos... Que motivos ela teria?
Mas no fundo acho que foi mesmo o Léo. De raiva dela, e para não ir em cana. Bem óbvio.
Tony Goes, colunista do F5
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Renato Rocha Miranda/Divulgação/TV Globo
Gilda (Helena Fernandes)
Gilda (Helena Fernandes)

Dá para descartar, pelas dicas que os autores já deram, algumas pessoas.
A tia Neném, por exemplo, morria na sinopse original, logo não poderia ser ela.
Outros personagens já tiveram seus finais divulgados, como a Eunice e o Raul.
Como os autores gostam de surpreender, aposto em alguém bem inesperado, como a Gilda (Helena Fernandes).
Vitor Moreno, repórter do F5

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