Emanoel Barreto
Polícia invade Alemão: forças atuam em conjunto com Marinha, Exército e Aeronáutica (Felipe Dana) |
O UOL diz: O comandante geral Polícia Militar do Rio de Janeiro, Mario Sergio Duarte, afirmou neste domingo (28) que as forças de segurança que entraram no Complexo do Alemão, dominada por criminosos ligados ao tráfico, retomaram o território pouco tempo depois do início da incursão. Segundo ele, houve pouca resistência nessa fase e agora começa a varredura casa a casa.
"Vencemos. Trouxemos liberdade para o povo do Alemão", disse ele a jornalistas. "Não tivemos dificuldade. Tivemos cobertura dos helicópteros e os blindados fizeram o seu papel", disse Duarte. Outros policiais no local também celebraram a tomada pelas forças de segurança.
Apesar das declarações, não é possível saber se todas as posições de criminosos dentro da favela foram tomadas. O cerco continua e a fase mais perigosa pode ser a de varredura. Até agora, nenhum traficante apareceu preso ou morto.
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A ação firme das forças de segurança permitiu o domínio do Complexo do Alemão. Ao contrário do que fora informado pelo comando da operação, a invsão não se deu à noite, mas às 8h30 de hoje. Vem agora a fase de varredura casa a casa.
Passada a fase operacional, as pessoas passarão a viver, quando as tropas forem retiradas, a fase seguinte: constatar em seu cotidiano se os bandidos foram realmente embora ou se voltarão a se reagrupar. Pelo que se dizia nos noticiários, pelo menos 800 criminosos estariam homiziados no Alemão, mas não se tem notícia de enfretamento maior. Para onde foram eles? O jornalismo do front até agora não deu essa resposta nem parece ter questionado as autoridades o motivo de não ter havido o enfrentamento esperado.
Há informações indicando que teriam escapado por sistemas de esgotos, o que demonstra que a operação teve falha de planejamento: ao que parece, não se levou em conta, além do enfrentamento, a fuga, e por onde esta poderia ocorrer. Será preciso acompanhar o noticiário e o desenvolvimento das ações para ver se isso se configura, explicando-se o motivo de não ter havido enfrentamento.
Como ficou dito no início desta matéria, o UOL afirma que não há condições de saber se todas as posições foram tomadas. A proibição de sobrevoo de helicópteros de jornalistas impede a imprensa de fazer verificações, ficando os jornalistas a depender das informações dos comandandes das tropas.
A questão é o day after, a volta ao cotidiano. Aí entram manutenção da segurança permanente, serviço de inteligência e ação do Estado no plano social. Sem isso, tudo voltará. E pode voltar por meio de atitudes de desfaçatez: o império das milícias, esse misto de criminosos e policiais que exploram os moradores da favelas. A polícia precisa se livrar dessa banda podre.
É ação de longo prazo, que envolve também assistência ao policial, valorização profissional, promoção social também daquele que defende a lei, a fim de que não seja tentado a se corromper.
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