Emanoel Barreto
O escritor Fernando Morais, autor de Chatô, o rei do Brasil, biografia de Assis Chateaubriand, e de A ilha, a Cuba de Fidel, pensa em fazer a biografia de Lula. Já foram feitos contatos mas nada acertado, até então.
Fernando Morais por Fernando Muller |
Obra pífia, fraquinha que só ela, mostrava em um roteiro medíocre e trabalho de fotografia no mínimo duvidoso, uma parte da vida de Lula.
Creio que com Morais a coisa será bem diversa: se você já o leu sabe do que estou falando. É talentoso, literariamente talentoso; e é jornalístico, profundamente jornalístico. A vida como ela é, com Morais se torna a vida como ela é vista, descoberta, rendilhada.
Em Chatô temos obra-prima de jornalismo de apuração. O autor vai a lugares onde Chatô viveu, palmilha paisagens, revira documentos, busca origens num trabalho de arqueologia e documentação.
Chega a minúcias de abordar relacionamento íntimo do biografado com uma senhora quando, hospitalizado, o dono da revista Cruzeiro manteve alguma forma de contato sexual oral com a mulher que, espavorida, fugiu nua à chegada da enfermeira ao quarto do tetraplégico Chatô.
Os percalços, sonhos e desgraças; desejos, projetos e fracassos; vitórias, vontades e sucessos dos personagens ganham pelo impressionismo da linguagem de Morais a força mesma das coisas vividas. Se for realizada, a obra terá valor documental e histórico inquestionáveis apesar de o academicismo o criticar: falta "rigor científico".
Mas, ele não liga: li certa vez que, aos críticos, respondera: "Eu faço jornalismo". E calou a boca de todos.
http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.blogdomellao.com.br/ |
Nenhum comentário:
Postar um comentário