sexta-feira, 20 de agosto de 2010

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Serra ou "eu sou eu, eu sou você ou eu sou uma ilusão de óptica?"
Emanoel Barreto

Há algo de insano ou desesperado no marketing de Serra. Jamais havia visto adversário elogiar adversário para tentar reverter quadro eleitoral em que lhe é tendencialmente desfavorável. Serra é um candidato sem discurso, cristianizado pelos seus correligionários, tem um vice que é um trapalhão, não tem carisma, é feio, tenta construir um passado de sofredorzinho que se fez às próprias custas e aposta no aplainamento das tensões sociais.

Para completar não pode atacar o patrocinador de sua adversária, o que seria atirar-se de cabeça contra um muro de concreto e aço. Assim, numa espécie de vampirismo midiático tenta se apoderar do prestígio de Lula, como se isso fosse possível.

O que o candidato intenta, sob seus mentores de mídia, é despertar no ser coletivo a que chamamos povo a sensação de que ele, Serra, por suas taumatúgicas pré-condições de admistrador é o sucessor que deveria ter sido indicado por Lula.

Há algo de patético nisso. O que se tenta é uma espécie de verossimilhança política ou algo como uma metáfora estranhíssina, como num jogo de espelhos: Serra na verdade é Dilma.

Ela, a candidata, é uma ilusão de óptica e o povo, ofuscado, quando aponta Dilma nas pesquisas na verdade estaria querendo dizer Serra. E o desespero do candidato, abandonado pelos correligionários candidatos a governador, quer porque quer levá-lo a se postar no lugar da oponente.

Impossível. Aplica-se no caso, à política, a velha lei da impenetrabilidade dos corpos, que diz: dois corpos não podem, ao mesmo tempo, ocupar o mesmo lugar no espaço. E assim sendo e por isso compreender, investe na tentativa de ser Dilma.

Ao que tudo indica, quer cometer algum tipo de falsidade ideológica sui generis.

No post abaixo registro como sua campanha elogia Lula e tenta apensar a candidatura Serra ao prestígio do adversário e com isso ganhar os votos que iriam naturalmente para Dilma. Leia a verá.