sábado, 31 de julho de 2010

 Proteção aos criminosos
Emanoel Barreto

A Operação Arcanjo, deflagrada na madrugada de ontem pela Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público Estadual, resultou na prisão de quatro pessoas que integravam uma quadrilha de aliciamento de mulheres, com atuação na principal na região Oeste. Com ajuda da Polícia Civil e Militar, foram cumpridos ainda sete mandados de busca e condução coercitiva. Entre os clientes do esquema de prostituição estavam políticos, empresários e profissionais da “alta sociedade”.


As prisões incluíram uma mulher e três homens, um dos quais se encontrava de férias em Brasília e os demais em Apodi. Os mandados foram cumpridos também em Umarizal e Portalegre. Os “serviços” da quadrilha eram oferecidos nesses municípios e também em Mossoró e Natal. Em entrevista coletiva no final da manhã de ontem, o promotor de Justiça Olegário Gomes e o superintendente da Polícia Rodoviária Federal-PRF, Francisco Charles Lindemberg, deram informações sobre a operação, mas afirmaram que os nomes dos presos serão mantidos sob sigilo, bem como os dos clientes.
....
O texto acima é da edição de hoje da Tribuna do Norte e traz informação gravíssima. O jornal admite publicamente sua incompetência, pelo menos num primeiro momento: não conseguiu investigar, descobrir e publicar os nomes dos criminosos envolvidos: os aliciadores e os que desfrutavam dos corpos das mulheres.

Contentou-se com a informação da polícia e pronto.

Se a TN não pôde apurar os nomes, deveria agora dar andamento a um trabalho de jornalismo investigativo e denunciar todos os criminosos, especialmente os da elite. A matéria também não justifica o porquê de os nomes terem sido ocultados. Isso, entendo, é uma forma de privilégio.

Uma das formas de combater o crime é expor os criminosos ao olhar público. Não há porque escondê-los num conveniente e nublado silêncio informativo.

Nenhum comentário: