Compre rapaz, compre...
Li esse texto no Estadão. Logo abaixo, comento:
Enquanto a indústria da tecnologia de ponta lamenta a morte de Steve
Jobs, os executivos da Apple enfrentam o desafio de descobrir como dar
sequência ao histórico de produtos de sucesso inventados por ele,
evitando ao mesmo tempo os problemas que afetaram outras empresas que
perderam seus amados fundadores.
Os investidores reagiram com relativa tranquilidade à morte de Jobs. As ações da empresa fecharam ontem com queda de somente 0,23% na bolsa eletrônica Nasdaq, cotadas a US$ 377,37.
Os investidores reagiram com relativa tranquilidade à morte de Jobs. As ações da empresa fecharam ontem com queda de somente 0,23% na bolsa eletrônica Nasdaq, cotadas a US$ 377,37.
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A morte de alguém que revolucionou seu campo, todavia, nos dá uma pista do tipo de sociedade que começa a se cristalizar, centrada nessa humanismo às avessas, nessa crise de sentido que o mundo inaugura: o meio tornando-se efetivamente a mensagem.
Quando MacLuhan fez essa afirmativa a mim soava como apenas uma tirada inteligente. Eu era estudante de jornalismo e não a levava muito a sério, embora a entendesse como um belo jogo de palavras. Agora não: o meio tornou-se mesmo a mensagem.
É preciso viver iPads e iPhones, tocá-los, usá-los. Não pelo valor de uso, mas pelo uso mesmo. O valor de uso pressupõe as consequências, o sentido daquilo que se usa. O uso pelo uso é isso mesmo: está centrado em si e isso basta. E a cada renovação do produto é preciso comprar essa nova versão. A versão que se tem passa a ser a que se tinha; deve necessariamente migrar, ser atirada ao passado, deve ser esquecida como se fosse vergonha não ter a nova plataforma, que grita para ser comprada, escraviza o comprador e lhe diz que seu papel sociel se esgota na condição de comprador-consumidor. Compre, rapaz, compre...
Tristes tempos, em que Steve Jobs e seus circuitos são comparados a Gandhi e seu humanismo.
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