quarta-feira, 8 de setembro de 2010

 
Agora é pra valer: Dilma bateu na mãe sem motivo justo
Emanoel Barreto

"Dilma bateu na mãe sem motivo justo". Ao que parece, este é o último ou um dos, argumentos a serem usados contra a candidata do PT. A campanha entrou em sua fase violenta, aquela da fulanização, onde as assertivas racionais cedem lugar ao simples A contra B, um nome contra o outro. E, no caso, Dilma é o personagem ruim.

A utilização de denúncias quanto a fatos ocorridos há anos, quando então não se lhes deu qualquer importância surge agora como argumento final dos tucanos. As tentativas até agora não têm dado certo. Serro bem que tenta, mas não fez surgir movimento de opinião pública a seu favor: pelo fato de que a sociedade não o está encarando como "vítima". 

Para que haja um escândalo é necessário,  mais que isso, imprescindível, que ponderável grupo social se manifeste em repúdio. É preciso que muitas pessoas percebam no fato midiatizado a quebra, a ofensa a valores fundamentais, valores éticos de uma dada sociedade.

Não é o caso. Agora, algo a ser mencionado: levando a campanha à fulanização, Serra banalizou o escândalo escandalizado, com isso retirando-lhe a própria condição de escândalo. O escândalo perdeu seus contornos de ofensa a valores cívicos e morais - que na verdade nunca teve - para se transformar apenas nisso: um bate-boca tão comum entre os políticos. 

E como o horário eleitoral já não é muito bem visto - com trocadilho e tudo - pelos brasileiros, o discurso serrista virou uma espécie de mantra a que ninguém segue nem dá valor. Talvez a única novidade venha a ser se nos próximos dias, para agravar a situação, Serra tenha algo mais a ser quebrado; por exemplo, um pé durante alguma caminhada.  

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