domingo, 5 de setembro de 2010

Em Natal, uma gloriosa manhã


Palavras do silêncio
Emanoel Barreto

Em Natal temos o que em livros que li há muito seria chamado de "uma gloriosa manhã". Uma brisa boa se aplaina e acalma. O silêncio é bom e habita a rua. Se espalha, vindo da rua, e entra em minha casa.

Não quero falar das lutas, das brigas do mundo pelo Poder ou coisas assim. Prefiro viver esse silêncio e teclar meio a esmo. É como se minhas mãos, de tanto escrever, já saibam o que eu penso. Elas se encarregam de falar.

Penso em meus alunos. São três turmas, todas muito boas, interessadas. Lembro do pequeno grupo de rapazes e moças que me procurou para, juntos, fundarmos um jornal: o Jornal Livre. Eles mesmos estão preparando a boneca do jornal. Iremos adiante.

 Em Natal temos o que em livros que li há muito seria chamado de "uma gloriosa manhã".

Penso em meus netos.

Há silêncio em minha casa e somente ouço, graciosos, os passos de minha companheira.

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