segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Heil, bomba atômica

Mete bronca
Emanoel Barreto

O anúncio de que os EUA têm "sobre a mesa" estudos bélicos, projetos táticos visando atacar o Irã caso o país persista em constuir uma bomba atômica, revela uma paradoxal realidade política: Os Estados Unidos "têm o direito" de manter um brutal arsenal nuclear, com capacidade literal de destruir o mundo; quando ao Irã, uma só bomba é inaceitável porque está "em mãos erradas".

Resumindo: se forem os Estados Unidos o povo matador, tudo certo. Se for qualquer outro povo, inaceitável.

O raciocínio até aqui desenvolvido pode sugerir que defendo o Irã. Não, não defendo. Deploro a política belicista estadunidense. Como deploro o regime obscurantista da teocracia iraniana.

Mas deploro, acima de tudo, que a criatura humana continue ainda nos tempos de hoje a decidir suas pendências à base de brutalidade e da estupidez. Algo ainda semelhante ao procedimento das hordas ancestrais da humanidade, quando dois grupos disputavam um mesmo manancial, um campo, uma caverna.

Essa a ideia que preside os comportamentos políticos  mundiais: a sucumbência da diplomacia ao canhão, a queda do diálogo em proveito dos fabricantes de armas, a morte do outro por ser "o estrangeiro", o distante, o diferente, aquele que quer comer, sem repartir, a frutinha que está no topo de uma árvore.

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