sábado, 7 de agosto de 2010

A marca da brutalidade

Hiroxima depois da bomba lançada pelo bombardeiro americano dia 9 de agosto de 1945
Osama nasceu em Hiroxima
Emanoel Barreto

Vejo na Triuna do Norte: Hiroshima (AE) - Um representante dos Estados Unidos participou ontem, pela primeira vez, da cerimônia anual que marca a explosão da bomba atômica sobre a cidade japonesa de Hiroshima. O embaixador norte-americano no Japão, John Roos, participou da solenidade que marcou o 65º aniversário da explosão, que os organizadores esperam ajude a estimular os esforços globais na direção do desarmamento nuclear. No local onde o primeiro ataque com uma bomba atômica foi realizado ouviram-se corais de estudantes e o badalar solene de sinos na maior cerimônia já realizada. Às 8h15 - o horário em que a bomba foi jogada, incinerando a maior parte da cidade, foi observado um momento de silêncio.


O prefeito de Hiroshima, Tadatoshi Akiba, saudou a decisão dos Estados Unidos de enviar um representante à celebração, que começou com uma oferta de água aos 140 mil mortos dos dois ataques nucleares sofridos pelo Japão e que levaram o país a se render, na Segunda Guerra Mundial (1939-1945). O segundo ataque nuclear ocorreu em 9 de agosto de 1945, contra a cidade de Nagasaki. O Japão se rendeu aos EUA em 15 de agosto de 1945
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O povo americano, pelos seus governantes, administra como ninguém a ira e o terrorismo contra outros povos a fim de manter seus privilégios de maior potência belicista e armamentista do mundo. Tem prática, ciência e experiência para tanto.

Osama bin Laden, que hoje é o martelo e o açoite brandidos pelos mais obscurantistas seguidores da Alá, é produto dos Estados Unidos. Sua família, poderosa, rica, mantinha ligações orgânicas com o grande capital americano, que também financiou o Talibã contra os russos quando a então URSS tinha domínio sobre o Afeganistão.

O comparecimento de representante ao ritual no Japão é parcela mínima de demonstração de respeito ao povo japonês tantos anos após o morticínio perpetrado via as bobas atômicas atiradas. Os artefatos tinham até nomes, eram fetiches bélicos, ícones da brutalidade do Tio Sam: Fat Man e Little Boy, assim eram carinhosamente chamadas as bombas atiradas sobre Hiroxima e Nagasáqui.

Os americanos precisam meditar a respeito de seus temores a Osama e comparar o total de mortos: 140 mil japoneses eliminados contra 2.993 pessoas no 11 de setembro de 2001. A estupidez de um e outro lados não se justificam. Mas é preciso entender que Osama não é fruto só do obscurantismo enlouquecido de parte dos muçulmanos. Osama nasceu em Hiroxima.
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Na Folha, a demonstração de como age o regime dos aiatolás:

Eu sofro por ser mulher, diz Sakineh



Iraniana condenada a morrer apedrejada por adultério afirma que Irã está "envergonhado" pela atenção ao caso


Em entrevista ao jornal "Guardian", Sakineh diz que autoridades estão mentindo e que assinou sentença sem entender

DE SÃO PAULO



"A resposta é bem simples. É por eu ser uma mulher, é por eles acharem que podem fazer o que quiserem com as mulheres, neste país."


É assim que Sakineh Ashtiani, a iraniana condenada à morte por apedrejamento pelo "crime" de adultério, define o motivo pelo qual aguarda por uma das mais cruéis penas de morte do mundo.


Presa desde 2006 na cadeia de Tabriz, Sakineh falou ontem ao jornal britânico "Guardian" por meio de um intermediário cuja identidade não mantida em sigilo.


Leia abaixo as principais declarações de Sakineh.


"A resposta é bem simples. É por eu ser uma mulher, é por eles acharem que podem fazer o que quiserem com as mulheres, neste país. Para eles, adultério é pior que homicídio. Mas não todos os tipos de adultério: um homem adúltero pode nem ser preso, mas uma mulher adúltera é o fim do mundo.


É por estar em um país onde as mulheres não têm o direito de se divorciar dos maridos e estão privadas de direitos básicos."


Medo


"Elas [autoridades iranianas] estão mentindo. Estão envergonhadas com a atenção internacional dada ao meu caso e tentam desesperadamente distrair a atenção e confundir a mídia para me matarem em segredo."


Julgamento


"Fui considerada culpada de adultério e absolvida do homicídio. O homem que realmente matou meu marido foi identificado e preso, mas não condenado à morte.


Quando o juiz me entregou minha sentença, nem percebi que deveria ser apedrejada à morte porque eu não sabia o que "rajam" significa.


Eles me pediram para assinar minha sentença e eu o fiz, daí eu voltei à prisão, e os meus companheiros de cela me disseram que eu seria apedrejada à morte e eu, instantaneamente, desmaiei."

Advogado


"Eles queriam se livrar do meu advogado [Mohammad Mostafaei] para que pudessem facilmente me acusar do que quer que fosse sem que ele denunciasse. Não fossem os esforços dele, eu já teria sido apedrejada à morte."


Prisão


"As palavras deles [dos guardas de Tabriz], o jeito como me olham -uma mulher adúltera que deveria ser apedrejada à morte- é como ser apedrejada todos os dias."

Campanha


"Todos esses anos, elas [autoridades tentaram colocar uma coisa na minha cabeça, me convencer de que eu sou uma mulher adúltera, uma mãe irresponsável, uma criminosa. Mas, com o apoio internacional, uma vez mais me vejo uma pessoa inocente. Não deixem que me apedrejem diante do meu filho."

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