quinta-feira, 22 de julho de 2010

The young lady sings Tom Jobim

Ela é isso, uma beleza imensa
Emanoel Barreto

Voz doce e forte, modulações perfeitas, vocabulário cenográfico intenso, discurso de paixão e ternura. Assim pode ser definida a candura-young, poética e intensa de Liz Rosa. Quando menina gostava de cantar comigo: eu pegava o violão e ela, talento que começava a fulgir, cantava Paz do meu amor, de Luiz Vieira.

Para mim, instantes de alegria, convívio bom, mágico e meio alumbrado de ouvir em minha sobrinha algo raro, muito raro em uma criança: o talento ainda em forma de orvalho. Pensava porém que era apenas um insight, um lampejo infante, uma pequena maravilha a ser guardada para os saraus da família, escondida dos olhares do público.

Enganei-me. A menina Liz Rosa cresceu. Hoje é uma jovem mulher, decidida e bela. Tem arrojo, confia na poética que a domina. Persevera, enfrenta, luta. Busca seu espaço e leva a sua voz, sua postura de palco, seu talento desenvolto a outros olhares que não os da família, a outros públicos que não os nossos.

Então, fica combinado assim: hoje, às oito e meia da noite, no Veleiros Restaurante, Avenida Roberto Freire, nos encontramos lá para ver e ouvir; acima de tudo sentir, o talento dessa menina que cantava comigo canções de roda e a música intensa de Luiz Vieira.
E que, ainda hoje, ainda me diz: "A bença, tio?"

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