quarta-feira, 3 de novembro de 2010

 Recebo e publico íntegra de artigo da professora Arlete Araújo, candidata a reitor da UFRN. A chapa opositora terá idêntido tratamento. (EB)



Porque quero ser reitora
Maria Arlete Duarte de Araújo


Estamos chegando ao final da campanha para a Reitoria da UFRN. Durante
vários meses apresentamos e defendemos um projeto para a UFRN que tem

como filosofia de gestão assegurar uma instituição aberta ao debate,

tecnologicamente avançada, com condições de trabalho dignas, cursos de

graduação e programas de pós-graduação de qualidade acadêmica e

inserção internacional, humanista, comprometida com a inclusão social,

a interiorização e a cultura, valorizadora de seus servidores e com

fortes vínculos com a sociedade. Isto implica em afirmar o papel

social da universidade como centralidade, e não como algo retórico ou

secundário, e colocar as necessidades dos diversos segmentos sociais

que constituem a sociedade potiguar no centro de suas preocupações.


Nesse projeto de universidade é fundamental a afirmação da democracia

interna em seu cotidiano. A universidade deve ser o espaço do debate

intelectual, da reflexão e da troca de experiências, tanto em sua

dinâmica interna como em suas respostas à dinâmica da sociedade na qual

está inserida. Por outro lado, a afirmação da democracia implica na

transparência dos atos acadêmicos e administrativos para que possam ser

conhecidos e avaliados pela comunidade universitária e pela sociedade.


Igualmente importante é a reafirmação da autonomia como eixo central de

uma gestão democrática. Por fim nesse projeto o compromisso com a
solução de problemas sociais se materializa em um conjunto de programas
e ações para as atividades acadêmicas e administrativas.


Em relação á graduação entendemos que os processos formativos devem

contemplar currículos flexíveis que permitam uma sólida e competente

habilitação para o trabalho e contribuam para a construção de uma

postura crítica e reflexiva dos egressos diante da realidade na qual

vão se inserir. Isso implica em revisar os projetos

político-pedagógicos, para privilegiar uma relação estreita com os

problemas reais de desenvolvimento – econômicos, sociais, tecnológicos,

culturais, ambientais - e fortalecer compromissos de responsabilidade

social com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Implica também

em ter a clara compreensão de que o crescimento para ser consolidado

necessita de salas adequadas, livros nas bibliotecas, laboratórios,

políticas para assegurar a permanência dos alunos, professores

qualificados, estruturas de apoio às atividades de pesquisa, de

extensão e de uma infra-estrutura que garanta o funcionamento adequado

da instituição.


No que se refere à pós-graduação nosso compromisso é criar as condições

para que os programas além de formarem docentes, definam projetos

consistentes de pesquisa e possuam estratégias e ações de integração

com a pós-graduação lato sensu e com a graduação. Da mesma forma tenham

intercâmbios técnico-científicos nacionais e internacionais, produção

intelectual compatível com o tamanho do corpo docente e inserção

externa em agências de fomento, de modo que se constituam em pólos de

desenvolvimento científico e tecnológico atentos às demandas da

sociedade e à busca de soluções para seus problemas mais prementes.


Este esforço se completa com um forte compromisso de inclusão que deve

se materializar em uma política de ampliação do acesso e de permanência

do aluno na instituição. Isso implica, de um lado, uma política de

assistência que permita a realização de um conjunto de atividades

necessárias à formação desse alunado – culturais, científicas,

políticas, esportivas e de intercâmbio - bem como, de outro lado,

políticas para assegurar a sua permanência na instituição, mediante a

concessão de bolsas, orientação psicológica, moradia, alimentação e
transporte, tudo isso com a compreensão de que a UFRN não pode ser
apenas um espaço acadêmico aonde se vai assistir aulas, mas um lugar do
conhecimento e da cultura da humanidade. E nessa perspectiva a

universidade sendo um importante centro cultural tem a responsabilidade

de fomentar todas as formas de manifestações culturais (dança, teatro,

música, cinema, artes plásticas, literatura, manifestações populares

tradicionais e contemporâneas) criando assim mecanismos de acesso da
comunidade à cultura.


De igual importância em nosso projeto a melhoria das condições de

trabalho ocupa lugar central. O intenso crescimento da instituição,

traduzido no aumento do número de docentes, funcionários

técnico-administrativos, alunos, cursos e programas, assim como de

edifícios, laboratórios e instalações, não tem sido acompanhado de

políticas de gestão de pessoas orientadas pelos critérios de


reconhecimento, valorização e satisfação no trabalho. As políticas
postas em prática não têm incorporado assim a dimensão da humanização.

Assumir que o corpo de servidores é o maior patrimônio da instituição é

uma concepção de gestão que internaliza as idéias de agregar, integrar,

incentivar, desenvolver, manter e avaliar as pessoas como tarefa

inadiável para assegurar condições de trabalho que permitam o

crescimento profissional dos servidores, ao tempo em que propiciam o

seu engajamento e o comprometimento para a obtenção dos objetivos

institucionais.


Esses são alguns pontos do projeto que defendemos nesta campanha e ao

qual dedicamos muito do nosso esforço e da nossa energia, pois

acreditamos que ter uma visão de futuro da UFRN é a principal força

mobilizadora para a sua materialização: uma instituição de qualidade

acadêmica e social nos planos local, regional, nacional e

internacional, em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, sem

no entanto perder de vista o seu compromisso com uma gestão mais

democrática, mais humana e em sintonia com a realidade social do estado

do Rio Grande do Norte e do Brasil.

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