Recebo e publico íntegra de artigo da professora Arlete Araújo, candidata a reitor da UFRN. A chapa opositora terá idêntido tratamento. (EB)
Porque quero ser reitora
Maria Arlete Duarte de Araújo
Estamos chegando ao final da campanha para a Reitoria da UFRN. Durante
vários meses apresentamos e defendemos um projeto para a UFRN que tem
como filosofia de gestão assegurar uma instituição aberta ao debate,
tecnologicamente avançada, com condições de trabalho dignas, cursos de
graduação e programas de pós-graduação de qualidade acadêmica e
inserção internacional, humanista, comprometida com a inclusão social,
a interiorização e a cultura, valorizadora de seus servidores e com
fortes vínculos com a sociedade. Isto implica em afirmar o papel
social da universidade como centralidade, e não como algo retórico ou
secundário, e colocar as necessidades dos diversos segmentos sociais
que constituem a sociedade potiguar no centro de suas preocupações.
Nesse projeto de universidade é fundamental a afirmação da democracia
interna em seu cotidiano. A universidade deve ser o espaço do debate
intelectual, da reflexão e da troca de experiências, tanto em sua
dinâmica interna como em suas respostas à dinâmica da sociedade na qual
está inserida. Por outro lado, a afirmação da democracia implica na
transparência dos atos acadêmicos e administrativos para que possam ser
conhecidos e avaliados pela comunidade universitária e pela sociedade.
Igualmente importante é a reafirmação da autonomia como eixo central de
uma gestão democrática. Por fim nesse projeto o compromisso com a
solução de problemas sociais se materializa em um conjunto de programas
e ações para as atividades acadêmicas e administrativas.
Em relação á graduação entendemos que os processos formativos devem
contemplar currículos flexíveis que permitam uma sólida e competente
habilitação para o trabalho e contribuam para a construção de uma
postura crítica e reflexiva dos egressos diante da realidade na qual
vão se inserir. Isso implica em revisar os projetos
político-pedagógicos, para privilegiar uma relação estreita com os
problemas reais de desenvolvimento – econômicos, sociais, tecnológicos,
culturais, ambientais - e fortalecer compromissos de responsabilidade
social com o desenvolvimento sustentável da sociedade. Implica também
em ter a clara compreensão de que o crescimento para ser consolidado
necessita de salas adequadas, livros nas bibliotecas, laboratórios,
políticas para assegurar a permanência dos alunos, professores
qualificados, estruturas de apoio às atividades de pesquisa, de
extensão e de uma infra-estrutura que garanta o funcionamento adequado
da instituição.
No que se refere à pós-graduação nosso compromisso é criar as condições
para que os programas além de formarem docentes, definam projetos
consistentes de pesquisa e possuam estratégias e ações de integração
com a pós-graduação lato sensu e com a graduação. Da mesma forma tenham
intercâmbios técnico-científicos nacionais e internacionais, produção
intelectual compatível com o tamanho do corpo docente e inserção
externa em agências de fomento, de modo que se constituam em pólos de
desenvolvimento científico e tecnológico atentos às demandas da
sociedade e à busca de soluções para seus problemas mais prementes.
Este esforço se completa com um forte compromisso de inclusão que deve
se materializar em uma política de ampliação do acesso e de permanência
do aluno na instituição. Isso implica, de um lado, uma política de
assistência que permita a realização de um conjunto de atividades
necessárias à formação desse alunado – culturais, científicas,
políticas, esportivas e de intercâmbio - bem como, de outro lado,
políticas para assegurar a sua permanência na instituição, mediante a
concessão de bolsas, orientação psicológica, moradia, alimentação e
transporte, tudo isso com a compreensão de que a UFRN não pode ser
apenas um espaço acadêmico aonde se vai assistir aulas, mas um lugar do
conhecimento e da cultura da humanidade. E nessa perspectiva a
universidade sendo um importante centro cultural tem a responsabilidade
de fomentar todas as formas de manifestações culturais (dança, teatro,
música, cinema, artes plásticas, literatura, manifestações populares
tradicionais e contemporâneas) criando assim mecanismos de acesso da
comunidade à cultura.
De igual importância em nosso projeto a melhoria das condições de
trabalho ocupa lugar central. O intenso crescimento da instituição,
traduzido no aumento do número de docentes, funcionários
técnico-administrativos, alunos, cursos e programas, assim como de
edifícios, laboratórios e instalações, não tem sido acompanhado de
políticas de gestão de pessoas orientadas pelos critérios de
reconhecimento, valorização e satisfação no trabalho. As políticas
postas em prática não têm incorporado assim a dimensão da humanização.
Assumir que o corpo de servidores é o maior patrimônio da instituição é
uma concepção de gestão que internaliza as idéias de agregar, integrar,
incentivar, desenvolver, manter e avaliar as pessoas como tarefa
inadiável para assegurar condições de trabalho que permitam o
crescimento profissional dos servidores, ao tempo em que propiciam o
seu engajamento e o comprometimento para a obtenção dos objetivos
institucionais.
Esses são alguns pontos do projeto que defendemos nesta campanha e ao
qual dedicamos muito do nosso esforço e da nossa energia, pois
acreditamos que ter uma visão de futuro da UFRN é a principal força
mobilizadora para a sua materialização: uma instituição de qualidade
acadêmica e social nos planos local, regional, nacional e
internacional, em suas atividades de ensino, pesquisa e extensão, sem
no entanto perder de vista o seu compromisso com uma gestão mais
democrática, mais humana e em sintonia com a realidade social do estado
do Rio Grande do Norte e do Brasil.
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