domingo, 14 de novembro de 2010

É o camelô ou ou não é?
Emanoel Barreto

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Silvio Santos deixou de ser camelô mas o camelô não deixou de ser Sílvio Santos. É o que aparenta a crise do SBT, puxada pela locomotiva do Banco PanAmericano. Sem maiores aprofundamentos, vajamos: os programas comandados por Santos são todos centrados na figura do dinheiro.
 
Todas as atrações têm o meio circulante como leitmotiv, ideia fixa do camelô Senor Abravanel, o jovem de voz bonita que, ao ter sua mercadoria apreendida por um guarda municipal, foi elogiado pelo captor, que sugeriu: "Por que você não faz um teste no rádio?".

O guarda deu o nome de alguém que conhecia numa rádio e Sílvio foi lá. Encaixou-se na hora. Carismático, inculto e corajoso, atirou-se a um meio onde, para crescer, não é preciso cultura, conhecimentos teóricos, muito menos ética: a vida de apresentador de TV. Sua criatura Gugu Liberato que o diga. 

Resumindo, com Sílvio deu no que deu. Certamente porque o camelô continuava determinando a dominar o pedaço. E, ao que parece, conseguiu: o banco foi à bancarrota, salários são negaceados, jamais o SBT conseguiu impor-se como padrão em jornalismo, jamais firmou-se como a Record, que busca imitar a plenipotenciária Globo, jamais...

Talvez porque o camelô, ainda vivo e buliçoso, lhe diga que vale a pena arriscar e que vale tudo por dinheiro. Não vale.

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