domingo, 20 de junho de 2010

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Creio em Deus, mas, será que Alá e Iansã não podiam dar uma mãozinha à Seleção?
Emanoel Barreto 

Quando menino logo me ensinaram a rezar. Antes de dormir cumpria o seguinte ritual, pequena solenidade de menino: um Pai Nosso, uma Ave Maria, o Creio em Deus Pai, o Santo Anjo do Senhor, a Salve Rainha e um pedacinho do Salmo 90.

Mas, garoto esperto, e fruto de minhas divagações duvidosas quanto à existência de Deus, todo esse corolário também era dirigido a Alá, a Maomé - que eu promovera também a deus, mesmo ele sendo apenas o profeta de Alá -, a Buda, à divina tríade Brama, Xiva e Vixnu, além de Tupã e o Grande Manitu, o deus dos índios americanos. Ou seja: pensava eu: "Se um não existir, pode ser que o outro exista e assim estou garantido."

Depois, tranquilizado, podia dormir em paz. Mas, às vezes, também pensava: "E se não existir nenhum?". Mas isso era demais para as minhas especulações infantes. Deixava pra lá e dormia enfim.

Hoje não tenho dúvida da existência de Deus mas, sinceramente, temo que Ele não tenha muito a haver com nossas coisas miudinhas, o que inclui a Copa do Mundo. Mas, brasileiro que sou, não custa tentar e clamo a todos os deuses pelos quais chamava na infância, incluindo agora minha mãe Iansã e a divina Oxum.

É que na hora do aperto, nosso politeísmo verde e amarelo me leva a apelar para qualquer tábua de salvação. E choro lágrimas de pau-brasil quando vem o grito de gol, pois sei que a nossa patriazinha, tão pobrinha como dizia Vinícius, somente é plenamente feliz quando a bola se encanta com as redes que lembram os mares de Iemanjá.

GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOLLLLLLL!!!!!!!!!!

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