domingo, 26 de março de 2006

O homem é o momento

“O nascimento não é um
ato. É um processo.”
(Erich Fromm)

"Quem faz o homem é o momento.” A lapidar afirmativa me era repetida vezes e vezes quando criança, sendo atribuída a meu avô. Mais claramente: diante de circunstâncias inesperadas ou ameaçadoras, alguém pode ter atitudes incrivelmente coerentes e fortes para enfrentar seu medo interior, seguindo-se reação igual e contrária àquilo que o cerca.


A magnífica frase, essencializando toda uma filosofia popular, deve ser entendida e levada a sério. Afinal, somos tudo e nada, algo e coisa alguma, dependendo sempre do momento. Da mesma forma, encontramos na frase de abertura da coluna a visão humanista de Erich Fromm, lembrando que o nascimento é um processo.

Detalhe: o nascer não se exaure na circunstância do vir ao mundo, ser parido. Não. O nascer está sempre ocorrendo ou porvir, dependendo do que tenhamos em mente: se já nos acomodamos a nós mesmos, paramos e não mais precisamos nascer; se queremos um pouco mais do eu, um horizonte a mais dentro de nós mesmos, estaremos pois nesse eterno processo do nascer.

A sabedoria do sertão pode casar magistralmente com o saber dos mais renomados mestres.

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