terça-feira, 28 de março de 2006

A insustentável leveza da mentira

"O lado mais fraco
é o da mentira."
(Do caseiro Francenildo Santos, ao saber da demissão de Palocci)

Depois da dança da deputada Ângela Guadagnin, foi a vez do ministro Palocci dançar. Envolvido em explicações demasiadamente complicadas, verdadeiros labirintos de uma retórica do insustentável, o ministro utilizou-se em sua carta ao presidente Lula de um eufemismo, para dizer que estava pedindo "afastamento". Não, ele estava pedindo demissão.

E foi atendido. A edição de hoje do Diário Oficial da União traz a saída do ex-ministro como sendo "a pedido", ou seja: ele não foi demitido, não foi posto para fora. Habituado a conviver com a improbidade, o presidente Lula fez esse último afago ao ex-colaborador. O mesmo deve ser dito quanto ao ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, também saiu "a pedido".

O caso é exemplar: os poderosos acreditam-se acima e além do comum dos mortais. E esse foi o erro do então ministro Palocci. A teia de intrigas montada para desmoralizar o humilde caseiro se esgarçou e agora a mentira virou tiras, trapos de uma conjura de alto risco.

Talvez, a pedido do povo, tenha chegado a hora de o Governo começar a agir com decência. Não adianta passar Mantega no pão, que dessa vez não vai dar para o povo engolir.

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