quinta-feira, 30 de março de 2006

Insegurança e Estado

"Inimigos sabem que quando a França
envia um regimento da Legião Estrangeira
é porque quer acabar com o conflito rapidamente."
(Gianni Carta, jornalista)

A frase acima, pinçada do livro "Velho Novo Jornalismo", dá bem a dimensão de quanto o problema da violência, quando atinge pontos socialmente inaceitáveis, precisa de uma ação enérgica do Estado, sob pena de estar encaminhando o conjunto da sociedade ao descalabro, ao desequilíbrio, ao medo.

Refiro-me à histórica leniência do Estado brasileiro para com o crime organizado, aqui e, em especial, no Rio de Janeiro. Ontem, o Jornal de Hoje Primeira Edição abordou a existência de um ponto de venda de drogas a apenas 100 metros de uma delegacia em Neópolis. O fato é do conhecimento da polícia e nada foi feito.

Em função da matéria, apenas reduziu-se um pouco o tráfico. Mas, depois, tudo volta ao normal, ou seja: os bandidos voltarão a agir com desenvoltura, violência e impunidade.

O caso no Rio, milhares de vezes mais grave do que o de Natal, onde também se comerciam largamente drogas de todos os tipos, demonstra com bastante clareza a ineficiência decisória do Estado em enfrentar com rigor, quero dizer, com ação implacável, a ação dos criminosos.

A situação no Rio já chegou ao ponto do insuportável e, historicamente, mantendo-se o atual quadro, poderá trazer conseqüências as mais dramáticas, uma vez que os bandidos têm organização e inegável poder de fogo.

Junte-se a isso o fato de que bandidos autores de crimes hediondos poderão ser beneficiados com prisão semi-aberta. Com isso estarão novamente nas ruas, livres e rápidos, para voltar à prática do seu ofício de morte. Cidadãos vão morrer e os bandidos terão sempre uma nova chance para voltar ao crime.

O Estado tem o dever de garantir ao cidadão o exercício da cidadania e isso inclui o direito de ir a vir. Com a ação dos bandidos, esse direito está duramente atingido. Portanto, é preciso dos aparelhos policiais não apenas uma presença meramente legal, mas uma ação eficazmente presente.







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