sexta-feira, 16 de setembro de 2011

A violência trafega nas ruas de Natal: os bandidos dizem que é o PCC...

Natal viveu hoje sete ataques de criminosos a ônibus. Houve tentativa de incêndio aos veículos, passageiros aterrorizados. Depois de tudo isso, vejo na InterTV Cabugi o secretário de Segurança, Aldair Rocha, dizer que todos devem ficar tranquilos, que está tudo bem e parará, parará, parará... Ao ouvir a declaração pensei estar alucinado. Ou o inverso: estar o secretário alucinado. 

Após constatar que não estava louco, comecei a pensar que o secretário poderia estar ingressando em tal patamar. Sim, porque somente um alucinado, alguém que habite o mundo dos sonhos, espera viver tranquilo numa cidade onde ocorrem ações criminosas violentas, todas praticadas a partir de uma mesma matriz, sem que houvesse por perto qualquer aparelhamento policial para retaliar à altura.
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Num dos assaltos os bandidos picharam no ônibus as iniciais PCC, alusão a suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital, facção criminosa cuja alusão faz tremer. O Secretário disse que tal ligação não existe. Espero que sim, que tenha sido apenas uma atitude discursiva dos criminosos, voltada para aterrorizar Natal, uma vez que é conhecida a truculência, ferocidade e crueldade com que age o PCC no eixo Rio-São Paulo.

Agora, uma coisa é certa: os criminosos agiram sob certeza de que durante os assaltos não haveria polícia que os enfrentasse. Todos sabemos disso, os bandidos também: Natal é uma cidade despoliciada. Você costuma ver - ver com frequência, quero dizer - viaturas policiais nas ruas? Eu não. Foi apostando nisso que os grupos armados caíram em campo. 

Nós não temos uma política de segurança pública. A polícia é desequipada e desmotivada, seja pelos baixos salários, seja pela falta de apoio logístico. Não há dinheiro para garantir à polícia uma ação plena, cotidiana, diuturna. 

Devo dizer, todavia, que aplaudo a prisão de três suspeitos, conforme anunciou o Secretário, detalhando que estavam sob interrogatório. Foi uma forma de demonstrar agilidade e eficácia na reação. Mesmo assim insisto: deveria haver um plano de policiamento permanente. Isso daria aos grupos armados a sensação de insegurança às suas ações. A mesma sensação de insegurança que sentimos quando saímos às ruas e pensamos entre dentes: "Será que vou dar de cara com um assaltante?"


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