quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

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Iberê e os grandes lutadores de judô. É mestre no ippon da política
Emanoel Barreto

A política, dentre muitas outras coisas, é também um jogo. Um jogo de habilidade e força. Um jogo feito de avanços e recuos, paradas táticas, silêncios, sussurros e, quando é preciso, gritos. Mas, em política, nem sempre se ganha no grito.

O vice-governador Iberê Ferreira é um desses políticos que não grita, prefere o jogo de habilidade e força. Força sem significar necessariamente forçar situações. Força no sentido de agir no momento preciso, quando, tendo vento a seu favor, o ator político expõe as suas cartas, o seu capital político. Xeque-mate.

Assim ele fez, quando dos inícios do processo de escolha do candidato da governadora Wilma de Faria. Vou contar uma história que, suponho, demonstra a habilidade do vice-governador.
Aconteceu o seguinte: certa vez, há meses, encontrei-me casualmente com Iberê, a quem conheço desde os tempos em que os bichos falavam - com licença de Paulo Henrique Amorim pelo uso do seu bordão - e, nesse rápido encontro falamos, claro, de política.

Como ele estava apressado, e eu também, perguntei de forma direta, para não perder a oportunidade: "E aí, é mesmo o candidato de Dona Wilma?". Ele sorriu, bateu no meu ombro e disse: "Barreto, vou fazer o seguinte: vou ter calma. Vou trabalhar sem estresse. Se der, deu. Se não der..."


Mantive a conversa em off. Não me senti autorizado a divulgá-la, mesmo ele nada tendo me pedido. Mas agora, quando já está confirmado como candidato, achei por bem falar a respeito. E me pergunto: o que levou-o à sagração? Dentre os muitos motivos ocultos pela pesada cortina dos atos políticos, creio que foi sua tranquila perseverança. Não negaceou, não ameaçou a governadora, não engendrou ações na guerrilha dos escaninhos.

Ao que penso, usou de habilidade e força. O mesmo esquema de luta que beneficia os grandes lutadores de judô, que usam o peso do adversário para enfim levá-lo ao baque. Sabe jogo, Iberê, sabe muito jogo. Ippon para ele.



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