Cair é uma coisa, despencar é outra história
Por Emanoel Barreto
Há dias não acessava o Twitter. Mas hoje acordei cedo, e pouco
depois das sete da manhã leio algo que me emocionou: Rafael Barbosa, jornalista
dos bons, repórter pé quente, me pega de surpresa e relembra nossas aulas de
Oficina de Texto, tempos do curso de jornalismo na UFRN.
Diz ele: “No início da graduação, em uma aula de Oficina de Texto, @VelhoBarreto
me deu uma dica q nunca esqueci. Ele disse algo como “as palavras são
carregadas de significado. Observe o peso das palavras. Dzr q algo despencou é
diferente de dzr q caiu”. Levei o conselho p além da escrita”.
O registro de Barbosa, um gesto de grandeza e saudade nesses tempos de
silêncio e medo, touxe-me de volta a este blog, coisa que há muito tempo não
fazia. Valeu: vou retomar o hábito de escrever.
Respondi a ele: “Obrigado;
essa sua recordação caiu-me bem. Despencou como saudade, chegou como chuva boa.
Meu abraço.”
Creio que o dever de quem lida
com a palavra é exatamente esse: buscar o domínio, mais que isso, a convivência
com a palavra, seu quase literal manuseio; descobrir seus desvãos, suas curvas,
meandros, estuários, desaguares, luzes e os mais diversos matizes desse ser
chamado palavra.
Ex-alunos e alunas, tudo gente
querida, repercutiram o tuíte de Barbosa; o gesto caiu em minhas lembranças e
eu despenquei de saudade. Uma saudade boa, é verdade. Mas mesmo assim toda
saudade é falta e toda falta é ausência... Abraços, pessoal. Abraços.
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