Pois é: acabo de chegar da morte. Vi o corpo de um amigo no calar impenetrável da vida ausente no corpo. Acabo de chegar da morte. A missa as orações, os cânticos; o choro da filha dele, hoje mulher que vi menina ao lado das minhas meninas, filhas do meu amor de pai, tudo isso me emocionou poderosamente.
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Acabo de chegar da morte. E me pergunto o que é aquele silêncio de vida no corpo calado.
Acabo de chegar da morte enquanto a chuva cai numa espécie de choro que vem do Alto e nos banha com sua sentença: sois todos homens. E ser homem é já nascer julgado, é ser em si uma prisão, é ser estrangeiro a habitar passos, caminhos desvãos.
Acabo de chegar da morte.
Mas o choro da chuva de alguma forma me diz que quem acaba de chegar da morte termina sempre por encontrar motivos para entender que antes da morte, e depois dela, a Vida é o lume sempre que vem e nos habita.
Então, se acabo de chegar da morte é porque estou permanentemente envolto em Vida. E o meu amigo de alguma forma está cantando na chuva. Abraço grande, meu amigo.
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