sábado, 3 de setembro de 2011

O preço da gasolina

O foco da questão a respeito da Lei dos Postos foi desviada ideologicamente a fim de garantir a continuidade impune do cartel dos cobsutíveis em Natal. Explico: o problema não está no confronto entre o empresariado da gasolina e o poderio econômico do Carrefour, empresa multinacional que, dizem as coisas de jornal da imprensa local, entraria nesse setor ameaçando o cartel. Na verdade, a questão de fundo, a intenção da lei, era beneficiar o consumidor e isso não foi levado em conta.
http://www.google.com.br/imgres?q=gasolina&hl

O problema, ou seja o benefício social, foi levado para o campo da iniciativa privada, colocando-se os donos de postos como "vítimas" da predação de uma multinacional. O velho e surrado nacionalismo, a patriotada foi colocada acima dos interesses sociais como falso argumento para, no final das contas, atender aos interesses dos donos de postos. Trata-se de artifício ideológico para cuja consecução contribuiu muito a omissão de um movimento de sociedade civil que mantivesse os vereadores expostos ao olhar social e os recriminasse publicamente. 

Se a caso a lei tivesse sido aprovada - e aí teríamos mesmo a realidade de um confronto mercadológico - existem duas coisas, dois mecanismos de ação que o empresariado conhece muito bem para contrabalançar a presença de um concorrente poderoso: primeiro, baixar o preço e competir, o que termina sendo saudável; segundo, uso de marketing e publicidade, construindo a imagem de cada empresa. Os postos poderiam, como já é tendêndia do setor, se constituir em segmento multiserviço, ganhando espaço e alargando o potencial dos negócios.

O que não se queria, contudo, era exatamente isso: a concorrência; o cartel quer continuar exercendo seu poder e praticando os preços que quiser, solto de canga e corda. Esperemos que próximo ano o projeto seja reenviado à Câmara e, dessa vez, haja maior compromisso dos vereadores com a sociedade.

Um comentário:

Ariston Bruno disse...

Concordo, professor. E o 'Maravilhoso' será, na segunda-feira, ver Ney Lopes Jr (contrario a Lei), em programa na TV Band, defender os interesses do povo. A política potiguar é um verdadeiro circo, só que neste caso há mais palhaços que o natural.