quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O elegante salafrário

O elegante playboy queria um brinquedo novo. Já estava cansado do Porshe, do iate, da lancha offshore, dos passeios em ilhas de fantasia e mágica, prazeres e champanhe. Queria algo inesperado, instigante, perfeito. E o pai deu-lhe o presente. Deu mas não disse o que era. Somente depois de decorrido um prazo, após um certo dia, o rapaz iria saber da maravilha que estava a seu dispor. 
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O pai o enviou a viagem aos mares do sul; mas, antes, o fez assinar documento que não leu. Leu apenas uma palavra: "candidato". Sem entender, firmou o documento e viajou. Três meses depois foi trazido de volta e o pai, felicíssimo, o abraçou firmemente e o parabenizava. Lá fora, à frente da mansão, ouvia-se alarido. "O que é isso, papai?"; e o pai respondeu: "Seu presente, meu filho."

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Dito isso, o pai pegou o playboy pelo braço e o levou à janela mais alta da casa. Ao fundo movia-se grande multidão, urrando e gritando ao sol impiedoso. "E o que é isso, papai?". Ao que o velho respondeu: "Isso, meu filho, é o povo. O povo é o teu novo presente. Foste eleito deputado federal sem sequer precisar de te campanha, pois estavas em viagem, e agora tens tua paga merecida: dou-te o povo de presente. Faz com ele o que quiseres."

Emocionado o playboy perguntou: "Posso falar? Posso fazer um discurso?" - é claro que podia. Deputado ganha mesmo, e muito bem, para falar e fazer discurso. E o notável mandrião anunciou ao povo tudo o que pretendia fazer em seus próximos oitenta mandatos: "Meu povo. Estejam certos de uma coisa: não vim para trabalhar. Nasci para cometer!"

Um comentário:

Paulo disse...

Não veio para trabalhar, mas para cometer. Igualzinho ao Apedeuta e seus comparsas.