domingo, 11 de julho de 2010

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Uma vitória espartana
Emanoel Barreto

Com a vitória da Espanha vi-me obrigado a tomar uma dose de uísque. Depois, uma chamada de cana. Cachaça boa, vinda das Alterosas, produzida entre as serras e os vales secretos que só se encontram, para quem sabe procurar, nas Minas Gerais.

O que vi no jogo? Duas equipes vigorosas, competentes, mais que isso, aguerridas, como não encontrei na nossa Seleção - ali um grupo de malandros ociosos, acumpliciados com os altos pagamentos que ganham. Magote de vaidosos e inúteis. Quem contesta?

Vi no jogo uma guerra, vi guerreiros-jogadores. Vi homens briosos de lado a lado, homens com a têmpera de Leônidas nas Termópilas. Leônidas, o general espartano e seus 300 contra os milhares de atacantes persas.

A Espanha, chamada Fúria, nada teve desse sentimento menor mesmo pujante, revelador de dignidade na hora do enfrentamento; dignidade bruta, mas insensata forma de pensar porque nascida do instinto. Não. A Espanha teve bravura, força e disposição. Nada de Fúria. Raça, competência, técnica.

E isso faltou a nossa Seleção, medíocre conjunto, lamentável agrupamento sob a regência do anão Dunga. Como disse em duas crônicas neste Coisas: "Volta Garrincha! Volta."

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