domingo, 18 de abril de 2010

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Os lamentos do Estadão: do heroico ao ridículo
Emanoel Barreto

O Estadão, em seus lamentos diários, registra que está "há 261 dias sob censura". Claro que censura de jornal em uma democracia é um atentado à liberdade de imprensa, atentado que também se volta contra o público. A censura é exercida contra a sociedade, sendo o jornal o artefato que se emudece para atender aos interesses dos censores.


Fica-me uma indagação: o Estadão não conta com assessoria jurídica suficientemente competente para reverter o quadro? O que acontece no mundo jurídico, que tal situação não se altera?  Agora, vejamos outro aspecto: o jornal não está, em seu sentido mais amplo, "sob censura"; o que está em tal condição é a abordagem de material noticioso mostrando negociatas da família Sarney.

Não estou, absolutamente, defendendo essa censura tópica. Antes, questiono se, por trás disso, não estaria o Estadão querendo assumir um falso heroísmo, como se estivesse em cruzada. Se até agora não conseguiu reverter o quadro que busque explicações do seu setor jurídico uma vez que, notoriamente, trata-se de um ato atentarório à liberdade de expressão.

Encerrando, uma abordagem paradoxal: e se a censura tópica não for sustada, ficará o jornal a dizer, por exemplo: "Sob censura há 10.340 dias? De heróico, estaria resvalando ao ridículo. Ao que parece, o que falta é apenas um bom advogado.

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