sexta-feira, 25 de agosto de 2006

Coisas de Plutão

O jornalista e poeta Walter Medeiros envia o poema Plutão. Abaixo:

O sentimento do mundo
Numa única emoção
Hoje está em Plutão
Em seu desgosto profundo.

Não, não sou lunático,
Hoje sou plutônico,
E estou atônito,
Com choque fático.

Roubaram a paz da Lua,
Festejaram o Corrouteck,
Puseram o Harley em xeque,
No ar cada um flutua.

Já tem Pinterfinder em Marte
Com um samba de Aragão
Universo de ilusão
Por quê não te revoltaste?

Ato tão autoritário
De homens sem coração
Agora cassam Plutão
No fim do nosso cenário.

Setenta e seis anos olhando
Agora que descobriram
Astro que tantos já viram
Seu corpo não é redondo.

Pois agora tem só um
No meu sistema solar
Só Plutão vai povoar
A minha lente sem zoom.

A terra vai esperar
Que um dia de Plutão
Se olhe seu cinturão
Contornado pelo mar.

Quero ir para Plutão,
Defender o seu status
Não me renderei aos fatos
De tamanha aberração.

Como vão me convencer
Que só tem oito planetas
Se vejo em qualquer luneta
Que Plutão ‘stá a crescer?

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