sábado, 25 de março de 2017



Temer, Branca de Neve a o Brasil, a nave louca

O escândalo da carne e suas consequências no mercado internacional, ou seja, as atitudes indecentes advindas do jeitinho brasileiro em confronto com a realidade de países onde a seriedade impera parecem não ter surtido efeito como lição de moral. 

Senão, vejamos: o dito presidente Temer faz pronunciamentos que oscilam entre o patético e o ridículo garantindo que a carne brasileira é forte. 

Mesmo admitindo-se que a questão seria pontual em relação conjunto das empresas de processamento de proteína animal, não seria com palavras ocas que o pr0blema deva ser enfrentado.

A sociedade não está contra os produtores de carne, mas repudia as atitudes criminosas das empresas de processamento pilhadas em sua ação lamentável. 

Temer deveria expor assertivas a favor da sociedade, dizer-se indignado da mesma forma que os cidadãos, assegurar rigor exemplar na inspeção da proteína animal e, paralelo a isso, empreender esforços para a recuperação de mercados internacionais – mas, ao que parece, somente os esforços são empreendidos na busca de reparar os estragos. 

O dito presidente não demonstra a menor indignação, a par disso luta para administrar seus caóticos aliados e diz coisas em que ninguém acredita como sugerir que estamos no caminho certo, a economia está retomando e que, sim, somos o país do futuro.

Diante de tudo isso já começo a suspeitar que brevemente comece a anunciar a vinda de Dom Sebastião para nos salvar. 

Temer não fugiu do Palácio da Alvorada porque “sentiu uma energia ruim por lá”? De um homem que tem contato com forças do além pode-se muito especular que esteja  conjurando criaturas elementais para trazer a nós o fantasma de Dom Sebastião resgatado do desastre de Alcácer Quibir. 

E, vindo a nós o grande rei guerreiro português, certamente seríamos um reino. Como sabemos, reinos têm fadas e, no fim, com a ajuda delas tudo dá certo. No Brasil seria a mesma coisa. Temer devia chamar também Branca de Neve. Os sete anões formariam o ministério e as soluções aconteceriam em passe de mágica.  

Mas não estamos no reino da fantasia. A realidade é outra. E muito dura. O chamado presidente está às portas de uma possível cassação de mandato pelo Tribunal Superior Eleitoral sob acusação de caixa dois – o que inclui Dilma Rousseff – e tem como apoiadores uma malta de deputados e senadores que vive esfomeada por cargos e outras bênçãos políticas indecorosas.

Quando alguns da base não ganham seu naco acontece o que se deu com a lei da terceirização: Temer que não conseguiu aprovar a sua maligna ideia com o total de votos que esperava. 

 Quem não se sentiu atendido votou contra. Dizem que ele vai retaliar: tomar o que havia dado e negar o que ainda possa ser concedido. 

E assim vai a nave louca; sem rumo, sem leme, sem comando. E tem pela frente piratas e corsários, não lhe faltando também, do mesmo modo, tripulação em que não pode confiar.  


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