quarta-feira, 29 de março de 2017



O porão escuro da História e a difícil cassação de Temer

“O Ministério Público Eleitoral (MPE) pediu ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a cassação do presidente Michel Temer (PMDB) e a inelegibilidade da presidente cassada Dilma Rousseff (PT), segundo fontes que acompanham as investigações. 

“A manifestação da Procuradoria-Geral Eleitoral (PGE), mantida sob sigilo, foi encaminhada na noite desta terça-feira (28) ao TSE.

“O julgamento da ação que apura se a chapa Dilma-Temer cometeu abuso de poder político e econômico para se reeleger em 2014 foi marcado para começar na manhã da próxima terça-feira (4). 

“O TSE dedicará quatro sessões da semana que vem --duas extraordinárias e duas ordinárias-- para se debruçar sobre o caso, que poderá levar à cassação de Temer e à convocação de eleições indiretas.”
A informação é dos repórteres Rafael Moraes Moura e Beatriz Bulla para o Estadão, vistas por mim no UOL. 

O TSE encontra-se diante de si mesmo e da História, caso queira fazer justiça ou seja: cassar o chamado presidente Temer. Todavia, as informações que correm indicam que o julgamento terá nuanças políticas que deverão enodoar o processo. 

Tudo começa lá atrás, com a propositura da cassação da chama, feita pelo PSDB.

 A ideia era tomar o mandato de Dilma, levar Temer na enxurrada e empossar Aécio Neves como presidente em alguma manobra de eleição indireta. Isso quando o processo foi proposto, logo após a eleição de Dilma.

Depois do golpe contra a presidente o PSDB tornou-se amicíssimo o PMDB e a situação mudou: Temer tornou-se uma virtuosa criatura, algo como aqueles homens santos da Índia – que vivem da própria bondade – e passou a ser figura honradíssima pelos tucanos. 

Agora, quando as coisas indicam que houve ações ilegais da chama, a situação torna-se difícil para o sistema circunstancialmente aliado.
Mas, no Brasil nada está perdido para um poderoso, salvo caso de morte. Há recursos e medidas protelatórias que podem levar essa arenga até as portas da eleição de 2018.

É isso o que pretendem os temeristas. Não por lealdade ou respeito ao dito presidente da República. Mas por oportunismo e atitude tática.
Eles querem chegar ao Poder para, definitivamente, colocar o povo como carga no navio da História. E, todos sabem, nos navios as cargas vão no porão. E, mesmo quando não ali não são deixadas, estão presas em contêineres.
 

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