sábado, 18 de março de 2017



Carne no Brasil;
Que papelão, hem?

O gigante Gargântua, ilustração de Gustave Doré, 1873
Escancarado o escândalo da carne, as postas da podridão da elite empresarial brasileira estão colocadas no açougue da história como se um magarefe louco trinchasse a golpes de cutelo os últimos resquícios de dignidade dos que estão acostumados a morder impunemente a sociedade em sua ânsia de lucros.
Os acontecimentos que se sucedem no âmbito da política, e agora com a exposição das vísceras de parte das empresas de alimentação, temos um quadro exato da nossa realidade: o Estado usado para financiar empreendimentos que prejudicam o público; o privado tirando proveito máximo e até então ocultando as suas ações indignas.
Mais: a corrupção de agentes do Estado quando agiam em proveito próprio; quadrilhas sem qualquer pudor ou escrúpulo.
A sociedade brasileira deve mirar-se em seu próprio espelho e decidir que tipo de gente vai assumir o protagonismo no teatro da História antes que a tragédia se fixe de tal forma que se torne algo irreversível, naturalizado e imutável.
O país está exposto em sua essência mais indigna e costumeira: seja no ambiente político onde as facções se digladiam e buscam garantir-se para 2018, seja nos esconsos da economia onde empresários sem quaisquer resquícios de honradez agem à tripa forra.
A sociedade brasileira acostumou-se ao jeitinho, aos acordos, aos acertos, às mais lamentáveis licenças. Isso precisa acabar.
A baixeza das nossas elites precisa ter um fim. Senão, continuaremos a ser um país onde as massas de desgraçados seguirão para sempre ao estalar do açoite, carne barata que custa menos de um salário mínimo.
Mas, tenho para mim que nada será mudado tão facilmente. Pantagruel comanda o Congresso, a Justiça é errante e o dinheiro fala muito alto. Logo, logo, tudo estará esquecido. Que papelão, hein?



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