"Operação Abre-te, Sésamo" para proteger deputados ficha suja
A Agência Folha diz:
“Temendo os efeitos negativos da
Operação Lava Jato sobre as eleições de 2018, a cúpula do Congresso quer
aprovar uma proposta que privilegia a reeleição dos atuais deputados e
dificulta a renovação de nomes na Casa.
“O objetivo é garantir a
manutenção do foro privilegiado dos parlamentares em meio ao avanço da
investigação da Lava Jato. Sem o foro, as apurações que hoje tramitam no
Supremo Tribunal Federal (STF) poderiam passar a ser conduzidas na primeira
instância, inclusive pelo juiz Sérgio Moro.
“A proposta dos presidentes do
Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é
aprovar uma reforma política que altere o sistema eleitoral para que os
deputados passem a ser eleitos por meio da chamada lista fechada.
“A medida – que não teria efeito
no caso dos senadores, cuja eleição é majoritária – foi discutida durante
reunião com o presidente Michel Temer e o presidente do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, nesta quarta-feira, 15, no Palácio do Planalto.”
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Mãos sujas
A indecência da proposta está bastante clara em
sua formulação trevosa. Vou chamá-la Operação "Abre-te, Sésamo", pois descerra a porta da caverna política onde os citados elementos buscarão se esconder.
Envergonhados; não, atemorizados com sua condição
de criminosos públicos, os deputados querem criar sua lista encardida, onde, em meio
à escuridão eleitoral, poderão ser reeleitos para continuar a agir em
quadrilha.
Não se pode admitir isso. Será preciso haver alguma mobilização de sociedade
civil – de alguma forma as redes sociais cumprem parcialmente esse papel – a fim
de impedir que esse golpe venha a lesar nossa já tão combalida democracia.
Aspecto dos mais lamentáveis é que o presidente do
Tribunal Superior Eleitoral, Gilmar Mendes, venha participando ativamente de
tais articulações.
Como pode ele participar de tramas para mudar a
lei a favor de criminosos? Criminosos que ele seguramente vai julgar? Há algo
de realmente muito errado em nosso país.
As elites, acostumadas ao prestígio, aos prazeres –
e especialmente aos lucros que o negócio político traz a reboque – não querem aceitar
que, de repente, venham seus membros a ser tratados como qualquer meliante, e
consequentemente presos.
Como os deputados sabem que estão de cara suja
perdem, consequentemente, capital midiático, perdem discurso, para, na próxima
campanha, ir ao horário eleitoral dizendo-se dignos e justos.
Não se pode aceitar tal proposta. Trata-se, sem
dúvida, de formação de bando ou quadrilha visando perpetuar-se no Poder.
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