A Lista Janot e os pecadores públicos
Em política não existe santo; mas tem gente
que, com certeza, você sabe que é demônio. Nessa catedral de viciosos, onde os
sacerdotes da degradação oficiam seus ritos de pecados políticos instalou-se a Lista Janot, colocando em muitos a pecha de pecador público.
E enquanto as ruas do país estão tomadas por
gente indignada, gritando ante tantos crimes e tantos criminosos, os pecadores
oficiais têm um aliado: confiam no tempo, nas delongas dos processos, na
lerdeza da Justiça, no cansaço e, afinal, no esquecimento do povo.
Esperam o próximo ano como rota de fuga. Mas
devem levar em conta que que, com certeza, 2018 será uma perigosa travessia,
tão dramática e complexa será a situação.
De um lado as elites flagradas em sua nudez
criminal; do outro, os trabalhadores, vítima favorita de seus contumazes
sugadores.
O embate ideológico será de altíssimo nível. Vai
ser terrível, tenha certeza, pois a situação terá chegado ao limite: o apodado
presidente Temer tentará cumprir com a aviltante empreitada de sufocar aqueles
que trabalham a produzem; buscará entregar dinheiro aos grupos nacionais e
multinacionais; intentará acabar com a aposentadoria e afinal retalhar o país
para criar sesmarias ao capital forâneo, ávido e sem limites.
Forças poderosas se erguerão de um lado e de
outro. Marqueteiros tentarão a peso de ouro convencer a massa de que os atuais
ocupantes do Poder são seres bondosos, santos de mãos estendidas, puríssimas
criaturas: portanto, deve-se neles votar.
Mas é preciso lembrar: mesmo com a aposta no
tempo como aliado vicinal, nada garante que as coisas venham a dar certo e os
acusados consigam escapar como os vilões de muitos filmes.
Os ânimos estarão exaltados e, esteja certo:
nessas horas, nos momentos de grande indecisão histórica, muitos se voltam para
o lado de quem chama Deus mas acende vela ao diabo.
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