Entre a alucinação e o delírio sempre cabe um
pesadelo
O site Cartas Abertas informa:
“Apesar
do déficit de R$ 139 bilhões previsto para as contas públicas em 2017, o
esforço do Congresso Nacional para reduzir as suas despesas não será dos mais
relevantes. A Câmara dos Deputados e o Senado Federal tem orçamento previsto de
R$ 10,2 bilhões para 2017. Isso quer dizer que o trabalho dos parlamentares
brasileiros custará o equivalente a R$ 28 milhões por dia. Os valores das
dotações das ‘Casas Legislativas’ estão previstos no Projeto de Lei
Orçamentária Anual.”
Creio que
isso seja o suficiente para que nos conscientizemos de que cada vez mais a
sociedade, vale dizer o trabalhador, continuará pagando pela farra.
E mais,
diz o site:
“O maior
orçamento é o da Câmara dos Deputados. Além de 513 deputados, a Casa possui
cerca de 16 mil funcionários efetivos e comissionados trabalhando todos os
dias. No total, estão previstos R$ 5,9 bilhões. Dessa forma, R$ 4,4 bilhões, o
que representa 81% do orçamento, será destinado ao pagamento de pessoal e
encargos sociais.”
Dezesseis
mil funcionários. Esse povo todo cabe na Câmara? Tal número expressa a
população de uma pequena cidade, não tão pequena assim. Ninguém, a não ser que
esteja passando por algum problema cognitivo, acreditaria que a Câmara precisa
de 16 mil funcionários.
Seria uma
azáfama, não é mesmo?
O Brasil é
uma grande e terrível festa. Retira-se direito ao trabalhador como quem toma a
mais trivial das decisões. E sempre se utiliza de retórica centrada numa racionalidade
de última hora, improvisada e imoral.
Houvesse sólida
intenção de dar ao país um encaminhamento correto, e Câmara e Senado abririam
mão de tais prebendas, penduricalhos que somente oneram os gastos e nada trazem
de positivo ou necessário em termos sociais.
Para completar,
o atual inquilino do Palácio do Planalto, ao que parece, está disposto a nos
levar ao fundo do poço, arrastando-nos, em seus delírios neoliberais, em
direção a um abismo de onde dificilmente sairemos.
Seria uma
espécie de grandeza advinda da destruição, como se isso fosse possível. Mas, além
do delírio há a alucinação: Temer parece – ou finge – acreditar que a entrega
do patrimônio nacional aos grandes grupos estrangeiros seria uma grande solução
para a retomada do crescimento.
Seriam eles
como o Dom Sebastião de Portugal. O guerreiro que viria de volta das brumas do
tempo, egresso da nossa própria Alcácer Quibir, para nos redimir da desolação –
desolação que o próprio Temer et caterva
nos trouxeram.
Mas o crescimento
nos travado por ele e aqueles a quem se aliou. Crescimento que não haverá;
retomada que, como querem certos setores do empresariado, deveria ser feito à
moda paraguaia: com salários miseráveis, jornada de trabalho desumana e baixos
impostos.
Claro que,
numa situação como a do Paraguai, somente uma minoria sai ganhando. Os trabalhadores
produzem para exportar. Eles mesmo não têm dinheiro para comprar o que
produziram.
Os que
hoje comandam o país, os que pretendem, nas tramas e sombras de Brasília,
apoderar-se dos destinos da nação pós-Temer, intentam aferrar à sociedade, aos
trabalhadores, uma situação de dependência tal, que qualquer salário venha a
ser aceito, sob temor de desemprego.
No pós-Temer,
que já pode estar em vias de trama, viriam os bulldozers desse imperialismo
intramuros. Destruindo sonhos, enviesando vidas, implantando o retorno a uma
legislação trabalhista que transforma a mão de obra em coisa de pouca valia,
barata e dispensável.
Oscilamos
entre os delírios de uma loucura neoliberal e a alucinação desse sebastianismo da
destruição. Mas, calma, em meio a isso ainda há lugar para o pesadelo.
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Memória da publicidade
O abuso da condição feminina, a falta de respeito para
com a mulher.
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