sábado, 20 de fevereiro de 2010

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A homossexualidade de Cristo
Emanoel Barreto

O cantor e compositor Elton John anda dizendo por aí que "Jesus Cristo era um gay superinteligente que compreendia os problemas humanos." A afirmativa de Sir Elton Hercules John, claro, não deve ser levada a sério. A não ser o fato de que ele é um grande artista, que como pessoa de mídia busca a qualquer preço aparecer, sua assertiva não merece ser levada em conta. No máximo, uma esquisitice, na verdade uma jogada promocional, com a utilização de marketing disruptivo, voltado para criar um factoide. Um falso acontecimento.

Seja planejado ou fruto de um insight, um estalo durante entrevista, surtiu o efeito desejado. Tanto, que o estou reproduzindo aqui. É o que Bourdieu chamava de "circulação circular da notícia". Mais claramente: a reprodução da notícia de jornal em jornal. A notícia assumindo a condição de fato primário, em substituição à realidade que a gerou. No caso, a importância que até mesmo eu estou dando a esse factoide. Vale a importância jonalística atribuída, não a consideração de sua validade original, o momento da declaração por ator midiático privilegiado.

Mas, não me deixei levar, não por completo, pela indução advinda do artista globalizado. Não. O que me moveu é o fato de que, usualmente, homossexuais gostam de atribuir a personagens de destaque idêntica condição à sua, como forma de legitimar-se sejam como cidadãos, seja como homossexuais mesmo. 

Grande erro. Além de carrear a si antipatia, esquecem que não precisariam disso, uma vez que crescente parcela da sociedade reconhece, e faz muito bem, o homossexual como pessoa, cidadão e profissional. Claro, somente alguma mente obscurantista retira a outro ser humano tais atributos, em função de orientação sexual divergente da maioria.

O cantor foi esperto ao se promover, porque expert em tais tipos de comunicação. Mas tolo, para dizer o mínimo, enquanto pessoa que, assim agindo, apenas ganha espaço de mídia, sem quaisquer consequências de validade maior.

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