quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

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Assim caminha a humanidade
Emanoel Barreto

A estratégia no Iraque serviu de base para o plano do presidente Barack Obama de enviar mais 30 mil soldados para o Afeganistão, seguindo a recomendação do comandante das forças americanas no território afegão, general Stanley McCrystal. Mas, assim como ocorreu com o conflito afegão, aos poucos a guerra iraquiana começa a ser esquecida, para voltar à tona apenas quando grandes atentados ocorrem, como os de ontem.

Os jornais e TVs americanos não cobrem mais Bagdá como faziam até o começo do ano. Os principais correspondentes foram deslocados para Cabul. Os centros de estudo em Washington dedicam seus principais eventos ao que ocorre no Afeganistão e no Paquistão, assim como optaram por contratar mais analistas especializados nestes dois países.

E a agenda da política externa de Obama foi dominada pelo Afeganistão nos últimos três meses. Ontem, depois dos ataques, a condenação ficou por conta dos representantes militares americanos no Iraque, sem grandes declarações de Obama ou da secretária de Estado Hillary Clinton.
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A transcrição que faço, de trecho da matéria assinada pelo jornalista Gustavo Chacra, do Estadão, dá bem uma ideia de como os mandantes do mundo veem a guerra, a destruição, o horror: tudo isso está "do outro lado", "lá longe". É coisa que eles provocam, mas que não os atinge. Não diretamente. Assim, o que se passa no território do horror fica para lá. A "eles" não interessa muito.É isso. Assim caminha a humanidade. E todos os que a ela ofendem.

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